"O meu coração está dorido dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram. Temor e tremor me sobrevêm; e o horror me cobriu. Pelo que disse: Ah! Quem me dera asas como de pomba! Voaria e estaria em descanso. Eis que fugiria para longe e pernoitaria no deserto. (Selá) Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade." (Sl 55:4-8).
Certa vez, aconselhei uma pessoa com depressão, e insisti em que ela deveria sair da cama e cuidar de suas responsabilidades. Ela, chorando, disse que gostaria de ser um cachorro, porque, para um cachorro, todos apenas gritam: "vai deitar!", ao passo que, para ela, todos apenas a repreendiam por não querer sair da cama. Mesmo não sendo a melhor atitude nessas horas, sabemos que entregar-se à tristeza é algo normal para quem passa por depressão. Nos dias de angústia, por causa do grande peso psicológico, temos a tendência de querer fugir de tudo e de todos. Você tem tido esse tipo de reação? Então aprenda com o salmista a combater essa atitude. Davi passou por angústias imensas. A descrição que ele faz de si mesmo é assustadoramente parecida com nossas experiências em nossas tribulações. Veja como ele estava se sentindo: "Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me salteiam; temor e terror me sobrevém, e o horror se apodera de mim." (v. 4-5). Ele estava assim por causa de perseguição: "ando perturbado por causa do clamor do inimigo e da opressão do impio; pois sobre mim lançam calamidade e furiosamente me hostilizam(v. 3). É certo que suas angústias possam ter origem em outras coisas, como uma longa crise financeira, uma crise conjugal prolongada enfermidade ou mesmo uma depressão que não tem nenhuma explicação. Tudo isso faz com que, no seu coração, você possa sentir todos os sintomas que o salmista sentiu.
Mas não é só isso: Davi, assim como você, teve vontade de sumir no momento da aflição. Veja o que ele diz: "Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto. Dar-me-ia pressa em abrigar-me do vendaval e da procela" (v. 6-8). Veja a incoerência dele, querendo fugir do problema indo para um deserto! Mas não é assim que seu coração deseja nesses dias dificeis? Ficar sozinho, isolado de tudo e todos: é isso o deserto! Então, ele nos mostra o que devemos fazer: antes de tudo, confie no Senhor. Em lugar de ir para o deserto, "eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará" (v. 16). Abra seu coração e, assim como Davi, conte para o Senhor até mesmo seu desejo de "sumir do mapa". Depois, desenvolva uma vida de oração e comunhão com Deus, assim como o salmista: "A tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz (v. 17). Não é só uma oração esporádica e mecanica, mas é estar em sintonia com o Pai Celestial o dia todo, e fazer de sua oração um momento de compartilhar com ele tudo que se passa em seu intimo. Certamente, ele intervirá e fará com que os dias de angústias se tornem coisa do seu passado. Aleluia!
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