DIAGNÓSTICO DO AZAR: e a proposta de libertação...“Bem-aventurado é aquele cuja mente está posta em Deus” — paráfrase de Isaías. Conheço gente que parece que tem uma parabólica de captação de tudo o que é ruim; assim como conheço gente que vive o oposto, como se tivessem nascido de “quina pra lua”: tudo lhes dá certo! De fato, já vi e vejo coisas aterradoras, especialmente quando se trata de gente boa que parece que atrai tudo o que é ruim. A pergunta de todos, quando vêem pessoas boas sempre sendo vitimadas por alguma coisa, é uma só: Por quê? Ora, a resposta evangélica da moda é simplificar tudo no “enconsto”, ou na “maldição hereditária”, ou diretamente no “diabo”. E, assim, muitas vezes, inventam “demônios” novos, os quais passam a fazer parte do patrimônio psicológico desse ser já tão magoado pelas perseguições “carmicas” de sua própria existência — e que, agora, depois do “diagnóstico” ou do “diabinóstico” dos “pastores”, além de psicologicamente complexificada por diversos fenômenos, ainda a eles (aos fenômenos) se incorpora um “psiquismo demoníaco”, que faz a pessoa se sentir “vítima” do diabo; e, assim, mais calamidades lhe virão; pois, todas elas, no caso de pessoas com “vício de tragédia”, nascem das projeções que procedem do interior de cada um. O próprio Jó, que na Bíblia é o ser arquetípico a representar esse estado de calamidades aleatórias e desproporcionais, confessa que tudo o que ele temia, isso mesmo lhe acontecera. Ora, isto, no caso de Jó, não diminui a “demanda de Satanás” pela vida dele na presença de Deus. Entretanto, não se pode também desprezar o elemento do “medo” presente na confissão de Jó, apenas porque Satanás também se fez presente no processo. Medo é a pior macumba! Quem teme — transpira, exala, irradia, emana, emula, transmite, passa, envia, comunica e faz uma ambiência favorável à criação de calamidades. O cachorro o ataca. O ladrão o assalta. O estuprador vê essa fraqueza e por ela é atraído. O mal-caráter se acha em casa. Os inimigos decidem abusar. Os amigos dão menos importância. A namorada (o) confia menos ou não confia. As doenças encontram seu habitat. E até o cérebro da pessoa passa se formatar por aquele estado de sobressalto, e, assim, irradia tanto sinais químicos quanto de natureza energética até para quem passa pelo seu caminho ou com essa pessoa convive. Medo é a antítese da fé. Meu pai costuma dizer que quando o medo entra pela porta é porque a fé já saiu pela janela. Assim se pode dizer o seguinte acerca do medo: “Ora, o medo é a certeza inconsciente de todas as coisas que se teme, e a inconsciente entrega à possibilidade de experimentar tudo o de que se tem pânico e pavor”. É obvio que há certas pessoas que carregam heranças genéticas, culturais e psicológicas terrivelmente negativas. E, tais pessoas, são como um Armazém de doenças e de dificuldades herdadas. Entretanto, havendo disposição de enfrentar tudo o que é de natureza psicológica e cultural, mudando hábitos, discernindo condicionamentos, desmontando arquiteturas mentais; e também tratando das coisas que geneticamente podem ser diminuídas nas “profecias de DNA” — a pessoa pode diminuir todas as implicações que tais coisas carregam. Mas não é acerca disso que se está falando; embora uma pessoa que se impressione com tais “acervos e heranças” (em razão do medo) possam até mesmo vir a exacerbar tais coisas em sua própria vida. O medo realiza todas as profecias do mal! Além do medo, eu digo que sentimentos de ódio, de ira, de mau-humor, de vingança, de hostilidade, de inveja, de “comparação”, de amargura, de maledicência, de desejo perverso, e seus derivados — atraem também as calamidades sistêmicas. Sim, porque existem calamidades factuais e acidentais, assim como existem, diferentemente das primeiras, as calamidades sistêmicas. É acerca dessa última possibilidade que estamos falando. Desse modo, desejo prosseguir dizendo que há pessoas que se tornam “parabólicas de recepção de calamidades”, assim como elas mesmas, muitas vezes, terminam por se tornar “transmissores de calamidades sistêmicas”. Ou seja: são aquelas pessoas que onde quer que estejam sempre acontece algo ruim a elas ou a quem está com elas; ou ainda a quem elas amam. E por quê? Ora, para não falarmos em medo, cujo poder de provocar ambas as coisas é óbvio, falemos de algo mais sutil ainda. Auto-vitimização e aceitação de um estado de azar, são também derivados do medo que sutilmente criam essa pessoa que recebe e irradia coisas ruins. Na auto-vitimização o que se tem é uma mente que acredita que não há valor em si mesma; ou que tal valor não é visto e percebido; ou que creia que há uma conspiração cercando-a —; sem que isto seja ainda um estado clínico de paranóia. Ora, tais pessoas tornam-se emissores de energias espirituais, psicológicas e até cerebrais, ruins; e que fazem mal a elas próprias, como também chegam a transmitir seu estado para outros que com eles convivam com constância. Desse modo, uma pessoa que vive de auto-vitimização, e que usa isto como capital relacional fundamental, buscando sempre manipular pela “pena e pela compaixão”, tornam-se tão miseráveis em si mesmas, que sua presença acaba por irradiar o peso de tais sentires; razão pela qual, quando tal pessoa se ausenta, o ar fica literalmente leve. Sobre a aceitação de um estado de azar, também devo dizer que conheço algumas pessoas assim. Aqui vai um exemplo, dentre muitos até bem mais chocantes do que o que narrarei a seguir, mas que foi por mim escolhido para ilustrar o que digo por ser algo relacionado a uma pessoa que acompanhei por muitos anos; e que, portanto, passa a ter um interesse especial para mim. Falo de um rapaz que teve um trauma na infância e foi objeto de cuidados especiais. Então, na família, tal pessoa passou a ser um “cara diferente”, necessitando de cuidados adicionais. Aos 17 anos foi trabalhar e foi “adotado” por todos. No emprego todos percebiam sua fragilidade, e brincavam com o fato de que um garotão tão novo fosse tão cheio de achaques e cuidados. Então o moço incorporou a “cultura” da casa e do trabalho. No ambiente profissional, entretanto, passaram a brincar com as muitas dores que o moço apresentava. Assim, ele terminou por assimilar todas aquelas coisas como parte de si mesmo. Os anos passaram, e os males do rapaz aumentavam. Dores nas costas, nos pulsos, nos braços, nas pernas, no estômago, no fígado, nas coxas, em todos os lugares. E, com isto, ele passou a ser objeto de mais brincadeiras ainda; pois nada parecia sério demais. Depois de uns tempos, sempre que ele estava presente nas coisas, algo acontecia: o carro quebrava, acidentes aconteciam, madeiras caíam, equipamentos davam defeito, alguém de machucava; ou, então, ele mesmo era o azarão, o acidentado. E todos faziam gozação do cara “pé-frio-azarado”. Tudo na gozação. Enquanto ele mesmo gostava de ser essa persona. Com o passar do tempo, ele virou um personagem, um azarão profissional, um mascote de mandingas engraçadas. Então, quando havia algo delicado e perigoso a ser feito, pediam sempre, na gozação, que o carinha não chegasse nem perto; e como ele também não era chegado a grandes esforços, saía do lugar rindo e fazendo gozação de si mesmo. Numa boa! Até que pessoas que ele amava começaram a adoecer, a morrer, a se acidentar, a se machucar, etc. Por último, até a namorada, recém conquistada, por quem o rapaz estava e está apaixonado, sendo apenas uma jovem mulher de 28 anos, teve um AVC. — Pastor, o que está acontecendo comigo? — me indagou ele falando sério pela primeira vez. Minha resposta a ele foi mais ou menos a seguinte: Você se tornou uma bateria de captações e de transmissões de tudo aquilo do que você ri a seu respeito; mas que, no fundo, no seu inconsciente, você acredita. Você acredita que “tudo com você é assim”; e, assim, você cria tudo aquilo no que você acredita; pois tudo é criado na mente; no pensamento; e se mantém pela continuidade do processo mental viciado em ser-pensar-assim; o qual acaba virando um olhar da vida e de si mesmo; como se nós fossemos aquilo ou daquele jeito; e sem cura. Ele se tornou um bruxo no inconsciente! Sim, porque a bruxaria como fenômeno é exatamente isto; podendo ser consciente ou inconsciente. A bruxaria consciente é perversa; pois pretende interferir na existência de outrem, mudando-lhe o caminho para um fim que não é fruto da escolha do indivíduo. Já a bruxaria inconsciente é apenas o fruto da irradiação de um medo feito “carma”; ou seja: uma coisa que acompanha a pessoa sem que ela saiba o por quê; mesmo que a pessoa diga crer ser uma conseqüência de uma outra vida anterior. Desse modo, nossa mente não apenas cria nosso olhar da vida, como também pode produzir um caminho exterior ruim; e isto não apenas para a própria pessoa, mas até mesmo para aquelas que a cercam. Sim, porque todos nós irradiamos quem somos; e também o que temos em nós; especialmente no convívio e com o tempo. É por esta razão que cada um de nós deve buscar manter a mente cheia de fé e de pensamentos construtivos. O mesmo deve acontecer com nossas palavras e propostas de vida e para a vida. E, além disso, manter o coração livre de medo, em razão da Confiança, é o que nos dá a garantia de que viveremos num mundo real e protegido; ao invés de nos tornarmos apenas seres que recebem e irradiam energias mentais e espirituais; tornando-se, assim, um ser sujeito às manipulações e aos acidentes evitáveis da existência; escapando desse modo de existir como um bruxo no inconsciente. Ora, eu poderia dizer muito acerca disto, mas meu objetivo hoje é apenas deixar você pensando nisto! Nele, que cura o nosso olhar da vida e de nós mesmos; e, assim, muda azares em desígnios do bem,
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
DIAGNÓSTICO DO AZAR: e a proposta de libertação...
DIAGNÓSTICO DO AZAR: e a proposta de libertação...“Bem-aventurado é aquele cuja mente está posta em Deus” — paráfrase de Isaías. Conheço gente que parece que tem uma parabólica de captação de tudo o que é ruim; assim como conheço gente que vive o oposto, como se tivessem nascido de “quina pra lua”: tudo lhes dá certo! De fato, já vi e vejo coisas aterradoras, especialmente quando se trata de gente boa que parece que atrai tudo o que é ruim. A pergunta de todos, quando vêem pessoas boas sempre sendo vitimadas por alguma coisa, é uma só: Por quê? Ora, a resposta evangélica da moda é simplificar tudo no “enconsto”, ou na “maldição hereditária”, ou diretamente no “diabo”. E, assim, muitas vezes, inventam “demônios” novos, os quais passam a fazer parte do patrimônio psicológico desse ser já tão magoado pelas perseguições “carmicas” de sua própria existência — e que, agora, depois do “diagnóstico” ou do “diabinóstico” dos “pastores”, além de psicologicamente complexificada por diversos fenômenos, ainda a eles (aos fenômenos) se incorpora um “psiquismo demoníaco”, que faz a pessoa se sentir “vítima” do diabo; e, assim, mais calamidades lhe virão; pois, todas elas, no caso de pessoas com “vício de tragédia”, nascem das projeções que procedem do interior de cada um. O próprio Jó, que na Bíblia é o ser arquetípico a representar esse estado de calamidades aleatórias e desproporcionais, confessa que tudo o que ele temia, isso mesmo lhe acontecera. Ora, isto, no caso de Jó, não diminui a “demanda de Satanás” pela vida dele na presença de Deus. Entretanto, não se pode também desprezar o elemento do “medo” presente na confissão de Jó, apenas porque Satanás também se fez presente no processo. Medo é a pior macumba! Quem teme — transpira, exala, irradia, emana, emula, transmite, passa, envia, comunica e faz uma ambiência favorável à criação de calamidades. O cachorro o ataca. O ladrão o assalta. O estuprador vê essa fraqueza e por ela é atraído. O mal-caráter se acha em casa. Os inimigos decidem abusar. Os amigos dão menos importância. A namorada (o) confia menos ou não confia. As doenças encontram seu habitat. E até o cérebro da pessoa passa se formatar por aquele estado de sobressalto, e, assim, irradia tanto sinais químicos quanto de natureza energética até para quem passa pelo seu caminho ou com essa pessoa convive. Medo é a antítese da fé. Meu pai costuma dizer que quando o medo entra pela porta é porque a fé já saiu pela janela. Assim se pode dizer o seguinte acerca do medo: “Ora, o medo é a certeza inconsciente de todas as coisas que se teme, e a inconsciente entrega à possibilidade de experimentar tudo o de que se tem pânico e pavor”. É obvio que há certas pessoas que carregam heranças genéticas, culturais e psicológicas terrivelmente negativas. E, tais pessoas, são como um Armazém de doenças e de dificuldades herdadas. Entretanto, havendo disposição de enfrentar tudo o que é de natureza psicológica e cultural, mudando hábitos, discernindo condicionamentos, desmontando arquiteturas mentais; e também tratando das coisas que geneticamente podem ser diminuídas nas “profecias de DNA” — a pessoa pode diminuir todas as implicações que tais coisas carregam. Mas não é acerca disso que se está falando; embora uma pessoa que se impressione com tais “acervos e heranças” (em razão do medo) possam até mesmo vir a exacerbar tais coisas em sua própria vida. O medo realiza todas as profecias do mal! Além do medo, eu digo que sentimentos de ódio, de ira, de mau-humor, de vingança, de hostilidade, de inveja, de “comparação”, de amargura, de maledicência, de desejo perverso, e seus derivados — atraem também as calamidades sistêmicas. Sim, porque existem calamidades factuais e acidentais, assim como existem, diferentemente das primeiras, as calamidades sistêmicas. É acerca dessa última possibilidade que estamos falando. Desse modo, desejo prosseguir dizendo que há pessoas que se tornam “parabólicas de recepção de calamidades”, assim como elas mesmas, muitas vezes, terminam por se tornar “transmissores de calamidades sistêmicas”. Ou seja: são aquelas pessoas que onde quer que estejam sempre acontece algo ruim a elas ou a quem está com elas; ou ainda a quem elas amam. E por quê? Ora, para não falarmos em medo, cujo poder de provocar ambas as coisas é óbvio, falemos de algo mais sutil ainda. Auto-vitimização e aceitação de um estado de azar, são também derivados do medo que sutilmente criam essa pessoa que recebe e irradia coisas ruins. Na auto-vitimização o que se tem é uma mente que acredita que não há valor em si mesma; ou que tal valor não é visto e percebido; ou que creia que há uma conspiração cercando-a —; sem que isto seja ainda um estado clínico de paranóia. Ora, tais pessoas tornam-se emissores de energias espirituais, psicológicas e até cerebrais, ruins; e que fazem mal a elas próprias, como também chegam a transmitir seu estado para outros que com eles convivam com constância. Desse modo, uma pessoa que vive de auto-vitimização, e que usa isto como capital relacional fundamental, buscando sempre manipular pela “pena e pela compaixão”, tornam-se tão miseráveis em si mesmas, que sua presença acaba por irradiar o peso de tais sentires; razão pela qual, quando tal pessoa se ausenta, o ar fica literalmente leve. Sobre a aceitação de um estado de azar, também devo dizer que conheço algumas pessoas assim. Aqui vai um exemplo, dentre muitos até bem mais chocantes do que o que narrarei a seguir, mas que foi por mim escolhido para ilustrar o que digo por ser algo relacionado a uma pessoa que acompanhei por muitos anos; e que, portanto, passa a ter um interesse especial para mim. Falo de um rapaz que teve um trauma na infância e foi objeto de cuidados especiais. Então, na família, tal pessoa passou a ser um “cara diferente”, necessitando de cuidados adicionais. Aos 17 anos foi trabalhar e foi “adotado” por todos. No emprego todos percebiam sua fragilidade, e brincavam com o fato de que um garotão tão novo fosse tão cheio de achaques e cuidados. Então o moço incorporou a “cultura” da casa e do trabalho. No ambiente profissional, entretanto, passaram a brincar com as muitas dores que o moço apresentava. Assim, ele terminou por assimilar todas aquelas coisas como parte de si mesmo. Os anos passaram, e os males do rapaz aumentavam. Dores nas costas, nos pulsos, nos braços, nas pernas, no estômago, no fígado, nas coxas, em todos os lugares. E, com isto, ele passou a ser objeto de mais brincadeiras ainda; pois nada parecia sério demais. Depois de uns tempos, sempre que ele estava presente nas coisas, algo acontecia: o carro quebrava, acidentes aconteciam, madeiras caíam, equipamentos davam defeito, alguém de machucava; ou, então, ele mesmo era o azarão, o acidentado. E todos faziam gozação do cara “pé-frio-azarado”. Tudo na gozação. Enquanto ele mesmo gostava de ser essa persona. Com o passar do tempo, ele virou um personagem, um azarão profissional, um mascote de mandingas engraçadas. Então, quando havia algo delicado e perigoso a ser feito, pediam sempre, na gozação, que o carinha não chegasse nem perto; e como ele também não era chegado a grandes esforços, saía do lugar rindo e fazendo gozação de si mesmo. Numa boa! Até que pessoas que ele amava começaram a adoecer, a morrer, a se acidentar, a se machucar, etc. Por último, até a namorada, recém conquistada, por quem o rapaz estava e está apaixonado, sendo apenas uma jovem mulher de 28 anos, teve um AVC. — Pastor, o que está acontecendo comigo? — me indagou ele falando sério pela primeira vez. Minha resposta a ele foi mais ou menos a seguinte: Você se tornou uma bateria de captações e de transmissões de tudo aquilo do que você ri a seu respeito; mas que, no fundo, no seu inconsciente, você acredita. Você acredita que “tudo com você é assim”; e, assim, você cria tudo aquilo no que você acredita; pois tudo é criado na mente; no pensamento; e se mantém pela continuidade do processo mental viciado em ser-pensar-assim; o qual acaba virando um olhar da vida e de si mesmo; como se nós fossemos aquilo ou daquele jeito; e sem cura. Ele se tornou um bruxo no inconsciente! Sim, porque a bruxaria como fenômeno é exatamente isto; podendo ser consciente ou inconsciente. A bruxaria consciente é perversa; pois pretende interferir na existência de outrem, mudando-lhe o caminho para um fim que não é fruto da escolha do indivíduo. Já a bruxaria inconsciente é apenas o fruto da irradiação de um medo feito “carma”; ou seja: uma coisa que acompanha a pessoa sem que ela saiba o por quê; mesmo que a pessoa diga crer ser uma conseqüência de uma outra vida anterior. Desse modo, nossa mente não apenas cria nosso olhar da vida, como também pode produzir um caminho exterior ruim; e isto não apenas para a própria pessoa, mas até mesmo para aquelas que a cercam. Sim, porque todos nós irradiamos quem somos; e também o que temos em nós; especialmente no convívio e com o tempo. É por esta razão que cada um de nós deve buscar manter a mente cheia de fé e de pensamentos construtivos. O mesmo deve acontecer com nossas palavras e propostas de vida e para a vida. E, além disso, manter o coração livre de medo, em razão da Confiança, é o que nos dá a garantia de que viveremos num mundo real e protegido; ao invés de nos tornarmos apenas seres que recebem e irradiam energias mentais e espirituais; tornando-se, assim, um ser sujeito às manipulações e aos acidentes evitáveis da existência; escapando desse modo de existir como um bruxo no inconsciente. Ora, eu poderia dizer muito acerca disto, mas meu objetivo hoje é apenas deixar você pensando nisto! Nele, que cura o nosso olhar da vida e de nós mesmos; e, assim, muda azares em desígnios do bem,
EM CRISTO A MORTE É DOCE
EM CRISTO A MORTE É DOCE
A "Vida é Bela" deveria ser mais dificil de fazer acreditar do que no fato de que a "Morte é Doce". Afinal, todos somos testemunhas de que a natureza é bela, mas o mundo dos humanos apenas manifesta algumas belezas, mas é mais freqüentemente cruel e implacável! Apesar disso, Jesus disse: “Aquele que ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, não entra em juízo; já da morte para a vida”. Ou seja: dá para se experimentar a eternidade ainda na experiência da existência neste planeta caído. A eternidade não será! Em Cristo ela já é! O mundo é cruel, mas nosso alvo deve ser experimentar a existencialidade da eternidade mesmo que ainda se esteja vivendo dentro das limitações de nosso presente estado de existência. Paulo via a morte de uma maneira vitoriosa. Ele não a buscava. Preferia adiar sua partida a fim de que a Graça em sua vida histórica se tornasse o mais útil possível! Enquanto no corpo ausentes do convívio glorificado no e com Senhor Jesus! O tabernáculo terrestre—o corpo—é corruptível! O corpo celestial é incorruptível! Assim, o viver é Cristo; o morrer é lucro! Para Paulo era certo que o homem exterior se corrompe com o passar do tempo. Vem a velhice, a canseira, os achaques nas juntas, os pesos, a perda da visão, da audição, da energia construtivista—e a dor da sabedoria de quem sofre não pelo seu próprio futuro, mas pelo daqueles que ama e aqui ficarão. O contraponto é que ele diz que em Cristo o homem interior se renova de dia em dia! Isto para quem considera a leve e momentânea tribulação como algo a não ser comparado com o peso de gloria a ser revelado em nós. Depois de ir ao terceiro céu...bem, depois disso, ele sabia que o que olhos não viram, o que os ouvidos nunca haviam ouvido, e também aquilo que nunca jamais havia subido como imaginação inspirada pela mais mágica fantasia artística, teológica, filosófica, sinfônica, degustativa, sensorial ou extrasensorial—era o que Deus havia reservado para aqueles que o amam! “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito”—diz ele! Não era licito aos homens referir somente porque era irreferível. Nem sempre o revelado cabe em palavras! Paulo viajou do caminho da certeza da vida eterna até chegar ao prazer pela eternidade! Essa é uma viagem que poucos cristãos fazem. E é tão raro, não porque não se tem certeza da salvação, mas porque a morte é um tabu de dor transacional para a maioria de nós. “O que acontecerá na passagem?”—é sempre a questão, mesmo quando não se tem a coragem de confessar! Bem, a passagem não terá acontecido enquanto o corpo estiver sofrendo. E o corpo pode sofrer de dor de física, mas também da dor do medo. O medo de como é a passagem faz sofrer muito mais que a passagem em si! Mas se de algum modo o espírito está cativo da eternidade como prazer, então a morte—que já perdeu seu poder de apavorar como dor eterna—perde também sua força como fobia da passagem! É como nascer! Só que não é do abrigo do útero para a dor do mundo. É a passagem do terror da corrupção do corpo—em todas as suas dimensões—para o inesgotável mergulho no amor infinitamente surpreendente do ser de Deus. Minha suposição é que Paulo foi levado para a decapitação com a serenidade feliz dos premiados. Muitos anos antes daquele dia Pedro havia dormido na prisão da Fortaleza Antônia, em Jerusalém, na véspera de sua própria execução. Para quem chegou aí, mesmo que haja dor física na passagem, não é para comparar com o peso de glória que o aguarda. Até a dor se adocica nesse estado! É no mínimo como um cafuné celestial. Creio que deve fazer extasiante coceira no cocuruto da alma e no cangote do espírito! Nesse caso não se tem somente a certeza da salvação. Tem-se o êxtase dela! A viagem de fé nesta vida deve poder nos levar ao nível de pacificação que produz essa alegria calma no ser. Afinal, o próprio Paulo disse: “...a morte é vossa...e vós de Cristo, e Cristo de Deus”. Caio 15/03/2003 Escrito 1 ano antes de meu filho Lukas partiu para a Casa do Pai!
A "Vida é Bela" deveria ser mais dificil de fazer acreditar do que no fato de que a "Morte é Doce". Afinal, todos somos testemunhas de que a natureza é bela, mas o mundo dos humanos apenas manifesta algumas belezas, mas é mais freqüentemente cruel e implacável! Apesar disso, Jesus disse: “Aquele que ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, não entra em juízo; já da morte para a vida”. Ou seja: dá para se experimentar a eternidade ainda na experiência da existência neste planeta caído. A eternidade não será! Em Cristo ela já é! O mundo é cruel, mas nosso alvo deve ser experimentar a existencialidade da eternidade mesmo que ainda se esteja vivendo dentro das limitações de nosso presente estado de existência. Paulo via a morte de uma maneira vitoriosa. Ele não a buscava. Preferia adiar sua partida a fim de que a Graça em sua vida histórica se tornasse o mais útil possível! Enquanto no corpo ausentes do convívio glorificado no e com Senhor Jesus! O tabernáculo terrestre—o corpo—é corruptível! O corpo celestial é incorruptível! Assim, o viver é Cristo; o morrer é lucro! Para Paulo era certo que o homem exterior se corrompe com o passar do tempo. Vem a velhice, a canseira, os achaques nas juntas, os pesos, a perda da visão, da audição, da energia construtivista—e a dor da sabedoria de quem sofre não pelo seu próprio futuro, mas pelo daqueles que ama e aqui ficarão. O contraponto é que ele diz que em Cristo o homem interior se renova de dia em dia! Isto para quem considera a leve e momentânea tribulação como algo a não ser comparado com o peso de gloria a ser revelado em nós. Depois de ir ao terceiro céu...bem, depois disso, ele sabia que o que olhos não viram, o que os ouvidos nunca haviam ouvido, e também aquilo que nunca jamais havia subido como imaginação inspirada pela mais mágica fantasia artística, teológica, filosófica, sinfônica, degustativa, sensorial ou extrasensorial—era o que Deus havia reservado para aqueles que o amam! “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito”—diz ele! Não era licito aos homens referir somente porque era irreferível. Nem sempre o revelado cabe em palavras! Paulo viajou do caminho da certeza da vida eterna até chegar ao prazer pela eternidade! Essa é uma viagem que poucos cristãos fazem. E é tão raro, não porque não se tem certeza da salvação, mas porque a morte é um tabu de dor transacional para a maioria de nós. “O que acontecerá na passagem?”—é sempre a questão, mesmo quando não se tem a coragem de confessar! Bem, a passagem não terá acontecido enquanto o corpo estiver sofrendo. E o corpo pode sofrer de dor de física, mas também da dor do medo. O medo de como é a passagem faz sofrer muito mais que a passagem em si! Mas se de algum modo o espírito está cativo da eternidade como prazer, então a morte—que já perdeu seu poder de apavorar como dor eterna—perde também sua força como fobia da passagem! É como nascer! Só que não é do abrigo do útero para a dor do mundo. É a passagem do terror da corrupção do corpo—em todas as suas dimensões—para o inesgotável mergulho no amor infinitamente surpreendente do ser de Deus. Minha suposição é que Paulo foi levado para a decapitação com a serenidade feliz dos premiados. Muitos anos antes daquele dia Pedro havia dormido na prisão da Fortaleza Antônia, em Jerusalém, na véspera de sua própria execução. Para quem chegou aí, mesmo que haja dor física na passagem, não é para comparar com o peso de glória que o aguarda. Até a dor se adocica nesse estado! É no mínimo como um cafuné celestial. Creio que deve fazer extasiante coceira no cocuruto da alma e no cangote do espírito! Nesse caso não se tem somente a certeza da salvação. Tem-se o êxtase dela! A viagem de fé nesta vida deve poder nos levar ao nível de pacificação que produz essa alegria calma no ser. Afinal, o próprio Paulo disse: “...a morte é vossa...e vós de Cristo, e Cristo de Deus”. Caio 15/03/2003 Escrito 1 ano antes de meu filho Lukas partiu para a Casa do Pai!
“TO BE OR NOT TO BE”: NÃO É A QUESTÃO!
“TO BE OR NOT TO BE”: NÃO É A QUESTÃO! “Veio para o que era Seu, mas os Seus não o receberam” — é como o apóstolo João descreve o modo como os filhos de Abraão trataram o Messias, o Cristo, o Emanuel, o Verbo da Vida. Neste contexto imediato, no qual “os Seus” são os da descendência da Promessa feita a Abraão, aqueles que “o receberam” — os quais também Dele “receberam o poder de serem feitos filhos de Deus” — são visto por João como sendo todo e qualquer ser humano que acolha a Jesus pela fé, confessando que Ele é o Verbo Eterno que se encarnou. Estes, os que não eram os Dele, o reconheceram; enquanto aqueles que eram “naturalmente” “os Seus”, esses não o receberam, nem sequer o reconheceram. Ora, conquanto este seja o sentido original e imediato do texto de João, conforme seu entendimento e aplicação consciente da revelação que o possuíra, a Palavra não se circunscreve e nem se deixa escravizar por nenhum “contexto imediato”. Ou seja: por aquilo que no momento da produção do texto era o alvo consciente do autor, no caso, João. O texto, em si mesmo, e para além do contexto imediato, propõe um sentido muito mais amplo e móvel; porém permanente no seu poder de determinar quem são “os Seus” que não o recebem; e quem são os aqueles que não sendo “naturalmente” Seus — conforme a as linhagens históricas da confissão da fé como religião —, “o recebem”; os quais da parte de Deus, “recebem” também o “poder de serem feitos filhos de Deus”. E quem são uns e outros? Na visão da “igreja”, no que diz respeito a pratica da pregação e conforme as doutrinas da salvação, “os Seus” que não o recebem, são todos aqueles que ouvem a mensagem da “igreja” acerca de Jesus, e não o aceitam como Senhor e Salvador; portanto, não aceitando também serem membros da “igreja”; decisão essa que se tornou na única prova cabal de que alguém “pertence a Jesus.” Assim, do ponto de vista da “igreja”, o “mundo” é feito daqueles que eram “os Seus”, e que não o receberam. E a “igreja” é aquela que o “recebeu”, e cujos membros são os “filhos de Deus”. Ora, isto demonstra como a “igreja” se esquizofrenizou entre ser “gentia”, e, ao mesmo tempo, “o Israel de Deus”. A verdadeira Igreja é “o Israel de Deus”, segundo a Promessa feita a Abraão, e da qual se tornam herdeiros todos os que crêem em Jesus, posto que os herdeiros da promessa são os da fé que teve Abraão, não importando a raça, a cultura, o sexo, a etnia, ou qualquer outra forma de diferenciação feita pelos homens. Desse modo, a Igreja é aquela que é feita dos que “o receberam” (não sendo naturalmente “os Seus”), os quais, por esta razão, não apenas receberam “o poder de serem feitos filhos de Deus”, mas também se tornaram “o Israel de Deus”. E aqui reside uma grande confusão: “a Igreja não é ‘Israel’”, pois é quase que inteiramente “gentia”; ao mesmo tempo em que, pela fé, se torna herdeira das promessas feitas a Abraão, segundo a fé que justifica pela Graça, tornando-se, por esta razão, “o Israel de Deus”. Eis o híbrido: incircuncisos que se tornam circuncidados pela fé; pagãos que são feitos filhos de Abraão; gentios que se tornam o Israel de Deus. Paulo trata disso chamando de um “enxerto” do galho da “oliveira brava” no caule da “oliveira natural”. Assim, quem não era, passa a ser; e quem era, deixa de ser. E esta é uma dinâmica que vai e vem, de tal modo que o eixo de quem é e quem não é, varia conforme a jactância de ser ou seu quebrantamento. Ou seja: quando quem era creu que era tanto, que não poderia deixar de ser (o Israel histórico), então, não o reconheceu. E quando aqueles que não eram, passaram a ser, assim foi porque como gentios segundo a carne, aceitaram a oferta da Graça como aqueles que recebem o que sabem que não merecem, porém crêem no poder da promessa a eles feita por Aquele que os chamou de filhos, por Sua livre vontade. Portanto, quem era “de-mais”, deixou de ser; e quem era “de-menos”, passou a ser. Isto porque sempre que alguém pensa que é, começa a deixar de ser. O ser só se mantém sendo! Ora, para a “igreja”, que “se vê” como o “Israel de Deus”, tal realidade não muda. Desse modo, ela, sem saber, se torna um verdadeiro Israel segundo a carne, não o “Israel de Deus”. Ou seja: quando ela é tomada por tal presunção, ela passa a fazer parte do grupo com potencial para “não o reconhecer” Hoje. É a jactância do pedigree de “ser o Israel de Deus” aquilo que torna a “igreja” um “Israel segundo a carne”, visto que o que João disse, não se tornou algo cristalizado, mas varia conforme as mudanças do coração humano. E aqui há um princípio espiritual apavorante, o qual nos ensina que todas as “certezas” que deixam de ser apenas “fé grata”, transformam-se no oposto daquilo que um dia foram, quando bem-aventuradamente se tornaram justamente aquilo que “por natureza” não eram. É por esta razão também que João diz que esses que “recebem o poder de serem feitos filhos de Deus”, não nasceram “nem da carne e nem da vontade do homem, mas de Deus”. Ou seja: eles nunca são o resultado nem da continuidade histórica (da carne), nem tampouco são filhos de decisões humanas (da vontade do homem, ou de sua declarações acerca de quem é ou quem não é). Ao contrário disso, eles são exclusivamente filhos do acolhimento do amor de Deus. Portanto, é o amor feito confissão de fé e vida grata pela Graça, aquilo que mantém a pessoa nesse “lugar existencial” no qual ela é sempre; e isto porque sempre sabe que não é; visto que ela é justamente porque sabe que não seria; tendo em si mesma a gratidão que nunca a deixa se ver como “dona” de si mesma; ou como um ser que já não precisa ser, visto que em jactância diz que já é. Em outras palavras: aqueles que não eram e passaram a ser, são aqueles que são-sempre-sendo, nunca parando; e continuamente olhando a si mesmos com o olhar da gratidão, declarando todos os dias a Graça que os faz serem aquilo que por natureza não eram, visto que a verdadeira “natureza” do ser que é, é justamente feita dessa fé que nunca vira certeza humana, e nunca evoca qualquer privilégio especial em razão de ligações históricas com a História da Fé. Recebem o “poder de serem feitos filhos de Deus” os que acolhem Jesus todos os dias com a gratidão de quem “foi feito”, posto que “não era”. Assim esses são porque sabem que não mereciam terem se tornado. Ora, o verdadeiro “Israel de Deus” é feito de gente que se vê como aqueles que não deveriam ser, pois, no momento em que julgam que são, e crêem que esse é um estado cristalizável, nesse mesmo momento, deixam de ser. O principio, portanto, é este: no Evangelho só se é, sendo! Assim, a questão não é “to be or not to be”, mas sim, ser-sendo. Nele,
BOM! BONZINHO NUNCA!
BOM! BONZINHO NUNCA! Outro dia alguém me perguntou qual é o limite, a referencia “basta”, para o mandamento de fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam. Sim, porque fazer incansavelmente à mesma pessoa o bem que gostaríamos de receber dela, e receber de volta apenas e tão somente o oposto, pode fazer com que o outro (o que recebe apenas o bem) se vicie no fato que de nossa parte só vem a mansidão; e, assim, se torne adoecidamente mimado, abusivo, injusto, e até perverso. Nesse caso, aquele que continua infinitamente a tratar a pessoa daquele modo como gostaria de ser tratado, pode, inconscientemente, desenvolver a doença da bondade, que é a manifestação de uma bondade que não sabe fazer o bem, mas apenas a “bondade”, a qual, sendo recebida por um ser abusivo, pode receber dele a reação que a pouco descrevi; e, naquele que é o ser da bondade, desenvolver uma “bondade adoecida”, posto que se torna co-dependente do outro-abusivo, e insiste em si mesma como “bondade”, apenas porque já não sabe viver sem ser sob o abuso. Nesse caso, o que se deveria de melhor desejar a nós mesmos é que qualquer um que nos visse nesse estado de prática de abusividade contra o próximo, nos confrontasse, e nos acordasse para o fato que quem vive assim é doente e se torna perverso. Por isso, eu também esperaria que tal pessoa me tratasse com a necessária energia, pois, não desejo ficar doente de alma. De fato, por onde quer que você olhe para esse mandamento do amor ordenado por Jesus, fica claro que ele não incita aos romantismos da bondade adoecida. Ao contrário, ele nos manda pensar o que seria o bem, e não o que seria “gostoso”. Portanto, ele nos põe na vereda da propriedade e da pertinência em todas as coisas. Nessa medida existencial ensinada por Jesus cabe o resposta-proposta certa para cada situação da vida, isso se se tem em mente o bem, e não os estereótipos de “bondade”. Se alguém, por exemplo, trás essa questão para a dimensão conjugal, é inevitável deixar de pensar que os homens que traem suas esposas deveriam imaginar e se colocar na posição de quem vê a sua mulher sendo “devorada e traçada” pelo patrão ou por um colega de trabalho, isso a fim de saber se querem ser tratados conforme estão tratando as suas esposas. Não é preciso haver moralismos de nenhuma natureza quando se tem essa medida do mandamento do amor ensinado por Jesus. Literalmente ele trás à existência tudo o que é bem e bom, e com toda a propriedade e pertinência; pois, sua aplicabilidade é ilimitada. Esse mandamento de Jesus não gera seres tristemente bonzinhos, mas seres humanos fortemente bons. Na realidade é para essa “uma só coisa” que Jesus faz o Evangelho inteiro se fazer condensar. Daí procedem todos os caminhos da vida, e nada que não nasça aí é realizador do bem em sua total propriedade. Quem alcança tal disposição mental em todos os níveis da vida, sendo capaz de ver tudo, o tempo todo, com tais olhos, esse chegou na estatura do varão perfeito. Essa deveria ser uma ambição de entendimento que todos nós deveríamos buscar. Afinal, fora de tal modo de ver a todas as coisas, o que sobra é apenas a militância nas leis do ódio e da vingança; ou então, cria a “bondade ineficaz”, e que gera seres passivamente bonzinhos, e que nada produzem de mudança em si mesmos e no mundo. A Humanidade que o diga!...
AS DROGAS DO ÊXTASE: HEDONISMO E LUXURIA
AS DROGAS DO ÊXTASE: HEDONISMO E LUXURIA O maior produtor de superficializações de importâncias reais na vida é a luxuria. Por isso é que o capitulo 7 de Eclesiástes—entre outros trechos—nos diz que “é melhor” a casa onde há pranto, o dia da morte, o fim de todas as coisas, e a própria tristeza, que a casa dos folguedos e das muitas risadas, pois, é pelos encontros que se tem com a realidade como dor e lágrima, que “se faz melhor o coração”. É nesse lugar-experiência-de-dor que se aprende o que é e o que não é, o que tem real valor, e o que é apenas miragem e engano. A contra mão dessa realidade, e que carrega em si o poder de falsificar a realidade e seus genuínos valores, é o hedonismo e a luxuria. O hedonismo é uma droga de prazer instalada como dinâmica no aparelho psíquico, e que controla o indivíduo pela alegria da satisfação do desejo, e que cresce de tal modo que é capaz de anestesiar a consciência para o real significado das coisas. O prazer passa a ser o valor supremo, e tudo o que não for prazer, não vale nada. Assim, a escala de valores está intimamente ligada ao pendor da psiquê. Realmente é do coração que nascem as fontes da vida. O hedonismo é também o valor. E a luxuria é a sua recompensa. Ora, quando tais estados se estabelecem, qualquer outro valor, mesmo os verdadeiramente mais apreciados e amados pelo indivíduo, são relativizados quando a droga do prazer começa a correr nas veias da pessoa. A questão é que os frutos do hedonismo e da luxuria são banais e passageiros, são apenas vícios, drogas, injeções de vaidade narcisista. No entanto, eles têm o poder de agredir a afrontar reais e essenciais valores do ser. Essas drogas de êxtase—hedonismo e luxuria—não apenas tiram a senso do indivíduo que está por eles possesso e adoecido, como também fazem suspensão acerca das gravidades implicadas naqueles atos, e que podem ferir terrivelmente, e até incuravelmente, pessoas e valores muito mais elevados, tanto como afronta ao amor-em-si, como também nos demais bens que dele decorrem na vida, e que dão vida verdadeira a todos os vínculos humanos. Para simplificar, deixe-me ilustrar de modo bem baixo e simples, para que todos entendem o que estou dizendo: Uma transada com a vizinha pode ser inevitável... até que destrói para sempre o seu casamento com a mulher que você genuinamente amava e nem sabia o quanto: a sua mulher. Nesse dia o cara põe a mão na cara e chora muito... Tudo o que para ele, na casa das festas, era nada, agora será tudo em importância proporcional à própria dês-importância a ela atribuída pelo que “se apossava do prazer”, posto que agora ele terá que lidar com a verdadeira perda do amor que o alimentava, mas que era submetido a suspensões sempre que a droga do hedonismo estabelecia o valor do desvalor, e a recompensa da luxuria iludia o viciado. O arrependimento entra nessa história como o elo que reconcilia a experiência do hedonismo luxuriante com a verdade daquilo que tem valor perene para o ser. O arrependimento vai buscar o sujeito no chão forrado com os tapetes púrpura da casa da luxuria, e terá como missão conduzi-lo de volta até ao que real, onde a alegria do prazer não é viciante, e nem faz a suspensão da realidade, antes aprofunda a vida nela, e de tal modo que é só então que o verdadeiro prazer pode ser conhecido como liberdade e alegria. Algumas vezes, todavia, a pessoa tem que visitar a casa do luto a fim de que seu coração seja acordado dos torpores dos prazeres anestesiantes e fugazes, a fim de poder experimentar as próprias emoções como estabilidade, e, como verdadeiro prazer, que é aquele que se alegra no que é, não na ilusão de uma fantasia luxurienta. Somente nesse dia a pessoa aprende que o que tem valor, tem valor! É para Parar & Pensar!.....
E PARA ONDE IRÃO AS RELIGIÕES?
E PARA ONDE IRÃO AS RELIGIÕES? Escrito em 29/09/03 São três da manhã. Estou assistindo as notícias do mundo. Em quase todas elas a Religião está presente. Os temas vão de Israel ao Vaticano. Do Islamismo aos radicais de Direita Religiosa americanos. Bin, Sharon, Bush, Saddam, Papa... Todos estão certos de suas certezas… Não há soluções humanas possíveis! No centro dos piores conflitos está a Religião! Ora, onde há religião nunca há paz! É verdade que as guerras habitam na carne. Mas a carne adora se expressar pela Lei.E nenhuma Lei é mais poderosa que aquela que se impõe em nome de algum “Deus”. Seja qual for o “Deus”. O Cristianismo está no centro dessas calamidades, em companhia do Judaísmo e do Islamismo. Trata-se do Triangulo das Bermudas onde todas as esperanças desaparecem no mundo presente. É verdade que as Forças Econômicas também são poderosas quanto a incitar a guerra. Mas os homens de negócio dão tanto valor ao dinheiro que acabam se entendendo. É mais fácil unir o mundo em nome do Dinheiro que em nome de um outro “Deus”. O Dinheiro é “liberal”, negocia. A Religião, não. Por isso é que na Nova Jerusalém não há nenhum “santuário”. João procurou e não achou nenhum... A Religião só conhece a união entre os absolutamente iguais. Os diferentes são sempre inimigos ou seres a serem conquistados para a “clonagem”. O problema é que a Terra é habitada por seres diferentes... Ora, para a Religião “paz” significa uniformidade... Se sairmos do Mundo em nossa visão maior, e olharmos apenas para o Brasil, o quadro é o mesmo. O que a Religião estabelece é o partidarismo. Prova disso é que quanto mais cresce a Religião—entre elas a Evangélica—, mais aumenta o preconceito e o espírito de divisão. Religião é Babel: torre do homem para marcar seu nome perante “os céus”. Daí só provém confusão. Linguagens que não se fazem interpretar. Gente dos “santuários” tem até dificuldade de aceitar—embora esteja escrito—, que na Nova Jerusalém as folhas da Árvore da Vida serão para “a cura dos povos”. Menos ainda conseguem entender que as “nações trarão ações de graças ao Cordeiro” na Nova Jerusalém. Já criaram até a categoria dos “sub-redimidos” para explicar porque esses “estranhos” terão acesso à Cidade das Doze Portas, e que permanecem abertas o tempo todo, conforme o Apocalipse. Se dependesse de nossas mentezinhas de azeitona, alguém re-escreveria os últimos capítulos do Livro da Revelação. As portas lá estão abertas demais para o gosto da maioria de nós. O estranho é que essa Sociedade Redimida tem uma única fonte de Luz: a do Cordeiro. E tem gente que ainda se admira que lá João não viu “nenhum santuário”! É claro que não pode haver essas coisinhas por lá. Se houvesse, não seria um lugar de Paz Eterna. Seria apenas a Cidade Amuralhada dos Salvos Presunçosos. Uma Nova Jerusalém Religiosa não seria Nova, seria apenas o Velho Inferno. Nesse caso, não precisaríamos esperar para chegar lá. Bastava que todos nós nos uníssemos e mudássemos para a Jerusalém Terrestre. Não! Nada disso! Basta ficarmos Aqui. Basta continuarmos a ser esses robôs religiosos. O Inferno é profundamente religioso... Diabo é Divisão! Quem tem Religião tem o que? União ou divisão? No Oriente Médio é onde superabundam as Religiões. As guerras também. E todos se dizem filhos de “Abraão”. Jesus disse que os que guerreiam em nome da genealogia religiosa são “filhos do diabo” (João 8). Paulo disse que a Jerusalém Terrestre—essa dos jornais—é a Cidade da Escravidão. Gálatas Quatro! Todos os seus filhos—filhos da Religião; filhos de Hagar, gerados na escravidão religiosa—, são os que dividem o mundo e a humanidade, em nome de “Deus”. Quanto mais Religião, mais guerras haverá. Religião deveria ser Re-ligação... É sempre assim: usa-se o termo apenas para iludir os propósitos do coração. Nesse caso, o que prevalece é o desejo de “separação”. Se Religião fosse algo bom, a Nova Jerusalém teria o Templo Maior. Lá, todavia, a Vida acontecerá ao Ar Livre. Sua Luz é o Cordeiro. Heresia é pensar diferente. Quem não concordar comigo, fique à vontade. Mas não diga que não é exatamente isso que a Palavra diz que será o futuro quando a Redenção Total se manifestar. Maranata! Vem Jesus!...
AMARGURA: um “espírito” de falsificação da realidade!
AMARGURA: um “espírito” de falsificação da realidade!
Nada falsifica mais a realidade e a comunicação do que a amargura. Quando ela se instala, pela via das machucaduras, das traições, das frustrações, das repetições desagradáveis, ou das muitas acusações recíprocas — nada mais continua a existir objetivamente na visão e na comunicação entre duas pessoas. É assim até mesmo entre pessoas que se amam, mas que se feriram de alguma maneira. Na maioria das vezes alguém feriu alguém, e o ferido se magoa profundamente — dependendo do fato, se magoa até a morte —; e se decide continuar a relação porque vê amor naquele que o magoou (embora lhe tenha sido infiel ou desleal, ou estranho), geralmente não consegue ir adiante sem expor sua dor; a qual, quase sempre, no início vem carregada de acusação, mesmo quando não acusa intencionalmente. Entretanto, como o objeto em questão, é o próprio ouvinte-arrependido, ele acaba por se sentir sempre acusado outra vez. Com o passar do tempo, aquele que feriu a quem ama, também já está ferido e magoado de um outro modo. Ainda que ele (a) saiba que não tem direito de estar. Mas fica assim mesmo. No caso dele tudo começa com a tristeza imensa de ter magoado a quem ama. Depois, a pessoa começa a desejar se sentir diferente de “si mesma” no que tange ao “si mesmo” que provocou a mágoa no outro. Entretanto, como a dor do ofendido e magoado continua naturalmente presente; muitas vezes apesar de já haver perdão (a dor é outra coisa) —; com passar do tempo aquilo que aos ouvidos do ofensor era culpa, começa a soar como acusação sem fim, mesmo quando é apenas a confissão da tristeza pelo que aconteceu. Nesse ponto o ofensor passar a se irritar e a acusar o outro de não parar de acusá-lo e de vê-lo de modo ruim... Então, instala-se no coração do ofensor uma predisposição a ouvir tudo com tom de acusação. Ora, quando se chega a esse ponto da “viagem”, o sentido de objetividade já entrou em estado de falência; e todos os poderes da subjetividade se tornam os senhores do olhar, do sentir; e, pior, do interpretar. Daqui para frente somente uma intervenção da Graça de Deus os ajudará a sair desse Labirinto de Dês-comunicação! Sim, uma intervenção que gere consciência nos implicados e também lhes revele a existência desse Monstro Invisível. E mais: que lhes ilumine e revele que de fato tal “ente” que “penetrou” o processo mental e de comunicação deles, é inexistente; posto que somente “existe” como emoção machucada, a qual falsifica tudo; fazendo com que carinhos sejam sentidos como ofensa; fazendo com que tentativas de comunicar, se tornem discussões inexplicáveis; e também fazendo com que toda expressão que não seja clara e objetivamente comunicada como boa, seja sentida pelo outro como uma incógnita ruim; sempre ruim; e sempre contra aquele que ouve e interpreta — ainda que de fato o outro não tenha intentado nada de mal contra aquele que assim ouviu e sentiu. É aqui que duas pessoas que se amam e não mais conseguem se entender, perguntam-se: o que está acontecendo com a gente? Na realidade, nada está acontecendo, embora tudo pareça acontecer! Afinal, objetivamente, o que tinha de acontecer, já aconteceu. E, supostamente, já está resolvido. Porém, o processo de retro-alimentação relacional (em razão das dores e das machucaduras da alma do ofendido, e em razão da culpa e da vergonha do ofensor), torna-se cada vez mais destrutivo para as emoções dos implicados; e, consequentemente, passa a ser o produtor de boicote na comunicação. O que fazer? A primeira coisa é entender o processo, conforme simplificadamente exposto acima. A segunda é colocá-lo em seu lugar: na memória doída, mas que não tem que existir como acusação nem na boca de quem sente a dor, e nem nos ouvidos de quem a provocou. A terceira é voltarem a crer um no outro, sem interpretações e sem analises. A quarta é darem objetividade e clareza a cada palavra ou declaração, não somente em relação um ao outro, mas também em relação a tudo; até que a objetividade volte a prevalecer sobre a subjetividade das interpretações adoecidas pela mágoa. A quinta é não conversar num mundo paralelo, jamais; mesmo que seja em quase silencio ou em silencio; pois para o outro isso pode significar outra coisa; qualquer coisa. A sexta é coragem de olhar nos olhos do outro, todos os dias, e relembrá-lo de quem ambos são um para o outro. Sim, afirmarem-se mutuamente como pessoas que se amam, apesar de machucadas. A sétima é não deixar nada aberto, sem definição. Ou seja: não deixar o sol se por sobre nenhuma ira ou mágoa não falada. Mas isto apenas no caso de coisas que não possam ser resolvidas sem uma “conferência” entre ambos. A oitava é crer que quem se ama, pode se machucar, mas que o amor tem que ser maior que qualquer dor, quando dois decidiram continuar juntos. A nona é saber que a tendência de um processo desse tipo, é fabricar algo que não é nada, mas que se faz cheio de tudo o que não existe ou não lhe pertence; e, que, portanto, pode se munir de tudo contra ambos; ou um contra o outro. Aqui o diabo e o inferno são os limites; posto que agora, em tal caso, reina a acusação. A décima é se perdoarem todos os dias; e também perdoarem-se por qualquer que seja a recaída no processo de retro-alimentação da amargura, e que tenha voltado a crescer em razão das “interpretações” que se tornam falsas realidades; mas que têm o poder de matar o que é real e verdadeiro. Por isto, não se pode deixar isto crescer jamais. O escritor de Hebreus disse que uma raiz de amargura, entrando em alguém, pode contaminar a muitos, a todo um grupo. Ora, se a amargura tem esse poder em relação a uma “congregação”, quão maior não é o seu poder de contaminação entre duas pessoas? Ou entre um casal? Ou nas entranhas de uma família? Assim, eu oro: Senhor! Dá-nos Tua luz, para que nela sempre vejamos o que é real, sendo assim salvos das miragens do Engano e do Enganador! Senhor! Ajuda-nos a viver o que é real! Senhor! Que o amor sempre vença todas as falsificações! Nele, que é a Verdade,....
Nada falsifica mais a realidade e a comunicação do que a amargura. Quando ela se instala, pela via das machucaduras, das traições, das frustrações, das repetições desagradáveis, ou das muitas acusações recíprocas — nada mais continua a existir objetivamente na visão e na comunicação entre duas pessoas. É assim até mesmo entre pessoas que se amam, mas que se feriram de alguma maneira. Na maioria das vezes alguém feriu alguém, e o ferido se magoa profundamente — dependendo do fato, se magoa até a morte —; e se decide continuar a relação porque vê amor naquele que o magoou (embora lhe tenha sido infiel ou desleal, ou estranho), geralmente não consegue ir adiante sem expor sua dor; a qual, quase sempre, no início vem carregada de acusação, mesmo quando não acusa intencionalmente. Entretanto, como o objeto em questão, é o próprio ouvinte-arrependido, ele acaba por se sentir sempre acusado outra vez. Com o passar do tempo, aquele que feriu a quem ama, também já está ferido e magoado de um outro modo. Ainda que ele (a) saiba que não tem direito de estar. Mas fica assim mesmo. No caso dele tudo começa com a tristeza imensa de ter magoado a quem ama. Depois, a pessoa começa a desejar se sentir diferente de “si mesma” no que tange ao “si mesmo” que provocou a mágoa no outro. Entretanto, como a dor do ofendido e magoado continua naturalmente presente; muitas vezes apesar de já haver perdão (a dor é outra coisa) —; com passar do tempo aquilo que aos ouvidos do ofensor era culpa, começa a soar como acusação sem fim, mesmo quando é apenas a confissão da tristeza pelo que aconteceu. Nesse ponto o ofensor passar a se irritar e a acusar o outro de não parar de acusá-lo e de vê-lo de modo ruim... Então, instala-se no coração do ofensor uma predisposição a ouvir tudo com tom de acusação. Ora, quando se chega a esse ponto da “viagem”, o sentido de objetividade já entrou em estado de falência; e todos os poderes da subjetividade se tornam os senhores do olhar, do sentir; e, pior, do interpretar. Daqui para frente somente uma intervenção da Graça de Deus os ajudará a sair desse Labirinto de Dês-comunicação! Sim, uma intervenção que gere consciência nos implicados e também lhes revele a existência desse Monstro Invisível. E mais: que lhes ilumine e revele que de fato tal “ente” que “penetrou” o processo mental e de comunicação deles, é inexistente; posto que somente “existe” como emoção machucada, a qual falsifica tudo; fazendo com que carinhos sejam sentidos como ofensa; fazendo com que tentativas de comunicar, se tornem discussões inexplicáveis; e também fazendo com que toda expressão que não seja clara e objetivamente comunicada como boa, seja sentida pelo outro como uma incógnita ruim; sempre ruim; e sempre contra aquele que ouve e interpreta — ainda que de fato o outro não tenha intentado nada de mal contra aquele que assim ouviu e sentiu. É aqui que duas pessoas que se amam e não mais conseguem se entender, perguntam-se: o que está acontecendo com a gente? Na realidade, nada está acontecendo, embora tudo pareça acontecer! Afinal, objetivamente, o que tinha de acontecer, já aconteceu. E, supostamente, já está resolvido. Porém, o processo de retro-alimentação relacional (em razão das dores e das machucaduras da alma do ofendido, e em razão da culpa e da vergonha do ofensor), torna-se cada vez mais destrutivo para as emoções dos implicados; e, consequentemente, passa a ser o produtor de boicote na comunicação. O que fazer? A primeira coisa é entender o processo, conforme simplificadamente exposto acima. A segunda é colocá-lo em seu lugar: na memória doída, mas que não tem que existir como acusação nem na boca de quem sente a dor, e nem nos ouvidos de quem a provocou. A terceira é voltarem a crer um no outro, sem interpretações e sem analises. A quarta é darem objetividade e clareza a cada palavra ou declaração, não somente em relação um ao outro, mas também em relação a tudo; até que a objetividade volte a prevalecer sobre a subjetividade das interpretações adoecidas pela mágoa. A quinta é não conversar num mundo paralelo, jamais; mesmo que seja em quase silencio ou em silencio; pois para o outro isso pode significar outra coisa; qualquer coisa. A sexta é coragem de olhar nos olhos do outro, todos os dias, e relembrá-lo de quem ambos são um para o outro. Sim, afirmarem-se mutuamente como pessoas que se amam, apesar de machucadas. A sétima é não deixar nada aberto, sem definição. Ou seja: não deixar o sol se por sobre nenhuma ira ou mágoa não falada. Mas isto apenas no caso de coisas que não possam ser resolvidas sem uma “conferência” entre ambos. A oitava é crer que quem se ama, pode se machucar, mas que o amor tem que ser maior que qualquer dor, quando dois decidiram continuar juntos. A nona é saber que a tendência de um processo desse tipo, é fabricar algo que não é nada, mas que se faz cheio de tudo o que não existe ou não lhe pertence; e, que, portanto, pode se munir de tudo contra ambos; ou um contra o outro. Aqui o diabo e o inferno são os limites; posto que agora, em tal caso, reina a acusação. A décima é se perdoarem todos os dias; e também perdoarem-se por qualquer que seja a recaída no processo de retro-alimentação da amargura, e que tenha voltado a crescer em razão das “interpretações” que se tornam falsas realidades; mas que têm o poder de matar o que é real e verdadeiro. Por isto, não se pode deixar isto crescer jamais. O escritor de Hebreus disse que uma raiz de amargura, entrando em alguém, pode contaminar a muitos, a todo um grupo. Ora, se a amargura tem esse poder em relação a uma “congregação”, quão maior não é o seu poder de contaminação entre duas pessoas? Ou entre um casal? Ou nas entranhas de uma família? Assim, eu oro: Senhor! Dá-nos Tua luz, para que nela sempre vejamos o que é real, sendo assim salvos das miragens do Engano e do Enganador! Senhor! Ajuda-nos a viver o que é real! Senhor! Que o amor sempre vença todas as falsificações! Nele, que é a Verdade,....
SALVAÇÃO DOS TALENTOS E DOS DONS ESPIRITUAIS
SALVAÇÃO DOS TALENTOS E DOS DONS ESPIRITUAIS Quando alguém é contratado para trabalhar numa fábrica de perfumes, dá-se a tal indivíduo, no início, a liberdade para testar todas as fragrâncias, pois pode ser que assim ele se torne apenas um profissional, e não mais um potencial ladrão do que mais ama: aromas.O mesmo se faz com alguém contratado por uma fábrica de chocolate para trabalhar na linha de produção. É-lhe permitido comer de tudo o que quiser até que perca a vontade.Os dois exemplos bem ilustram qual é o caminho que uma pessoa cheia de desejos talentosos e talentos desejosos precisa percorrer na vida para que se veja livre de seus próprios inebriamentos pessoais, a fim de se tornar um homem do espírito, não da própria vaidade de fazer bem o que ama e de amar muito o que faz bem. Quando comecei a pregar o fazia não só por paixão, mas também pelo prazer de meu próprio talento na arte de comunicar. Então Deus me deu uma overdose do que eu mais gostava e deixou-me livre para provar de tudo até que eu mesmo fiquei insatisfeito.Foi apenas quinze anos após começar a pregar com intensidade que fui percebendo que já não o fazia pela alegria de sentir também meu próprio talento em uso.Dois anos na Califórnia, no final da década de 80, me serviram como ponto divisor entre a paixão pela pregação e a alegria de meu próprio talento pessoal. Foi naquele período que a paixão do dom venceu o desejo do talento como expressão de arte.Depois houve mais uma década. Nos anos 90 experimentei outra coisa: a própria paixão pela pregação deu lugar a um grande cansaço, e surgiu em mim uma profunda vontade de silenciar, se eu pudesse.Catástrofes aconteceram. Fiquei três anos em silêncio para fora e cheio de gritos feitos de gemidos para dentro. Era mais uma etapa no processo de criar desgosto até pela pregação a fim de que ela deixasse de ser também paixão e se tornasse uma expressão apenas do espírito, não mais de minha alma.Isso é assim como preparação para o dia em que você é posto de lado, pois sou apenas um instrumento, e como tal um dia serei substituído por outros ou forçado a aposentar-me pela fraqueza ou pela velhice ou pela morte. E quando este dia chegar, fico feliz que já tenha ficado livre de qualquer gosto pela coisa-em-si antes mesmo que ela deixe de ser um fato para mim.Por isso, a cada dia, menos paixão de alma preciso para abrir a Palavra, pois mais lucidez de espírito me acomete como resultado da libertação da pregação como desejo, paixão e talento humano.A cada dia que passa minha liberdade na Palavra cresce, e cresce na mesma medida em que minha alma não depende das emulações que advinham de meu prazer na perfumaria da pregação e do gosto de chocolate da arte de comunicar.Assim, livre de toda a tentação da própria pregação, sinto-me a cada dia mais livre no meu espírito para ser apenas da Palavra e do Vento.A fim de fazer a vontade de Deus no espírito, e não conforme os desejos da alma —por mais nobres que sejam tais desejos—, você tem que saber que o servo inútil é aquele que faz apenas tudo.A utilidade do servo começa quando ele sabe que fazer tudo da melhor forma, e com toda arte e beleza, ainda é coisa de quem faz para si mesmo.Daí, somente uma grande intoxicação de pregação salva o indivíduo da pregação como perfume, chocolate e paixão pessoal e põe a pessoa no caminho no qual a pregação já não carrega autogratificação, mas consciência no espírito. Nesse dia o pregador se torna apenas um mensageiro, e a pregação se torna vento, e o vento leva a Palavra como espírito, e o coração já nem sente que aquilo tem alguma coisa a ver com ele.A salvação do talento de um mensageiro de Deus é transformar-se em espírito ao invés de existir como pulsão de alma.A alma quer gratificação. O espírito se compraz em ser-vir, sem pensar que o faz, e muito menos que é alguma coisa.
A NOVA ERA É FUNDAMENTALISTA
A NOVA ERA É FUNDAMENTALISTA Estamos no meio de uma guerra de Fundamentalistas. Desde antes do início da Guerra no Iraque que venho dizendo que Bush e Bin Laden acabariam por ser vistos como irmãos. Hoje pouca gente duvida que eles sejam animados pelo mesmo espírito. Trata-se de um espírito, de uma era, de um aion. É a Era da Irmandade do Ódio. Eles andam conforme o mesmo espírito, e a prova disso é o que lhes é comum: o ódio movido pelo amor à causa da crença fundamental. O Fundamentalismo de hoje não tem em Abel e Caim o seu arquétipo. Ao contrário, trata-se da manifestação do encontro outrora evitado entre Lameque, o mau, e Caim, o homicida. Eles se odeiam, mas são irmãos. Afinal, irmãos também se odeiam especialmente aqueles que têm nas veias o mesmo sangue da certeza de suas próprias certezas amarguradas—e que é sempre um oráculo para os outros. Fundamentalismo é fundamentalismo. Por isso gera sempre o mesmo produto: ódio, protesto raivoso, tentativa de fazer a convicção pessoal ser a lei universal, e a inclinação essencial para engolir camelos e coar mosquitos, conforme disse Jesus dos fariseus. Todo Fundamentalismo é fruto do surto humano no que tange ao significado do seu próprio ego e acerca da pouca ou nenhuma importância acerca do significado de qualquer outro ser que não exista conforme o conjunto de crenças do “Fundamento”. Quando o Fundamentalista diz “Eu sou”, implicitamente, ele também está dizendo: “Só têm direito a ‘ser’ os que se parecem com meu grupo. Fora de ‘nossa’ semelhança não há salvação”. Fundamentalismo é a heresia que prevaleceu. Assim como a Ortodoxia, o Fundamentalismo é a doutrina que deu a si mesma, pelo poder, a alcunha de “caminho reto”. Fundamentalista é todo aquele que faz de sua cultura e da cultura de um tempo—ou de um líder—uma lei para o mundo. O Fundamentalismo é a tentativa de absolutização e de cristalização de um passado, e que deve ser norma para todos os presentes e futuros. Todo Fundamentalista chama de “fundamento” aquilo que é periférico e de periférico aquilo que de fato é fundamental. A ética de juízo do Fundamentalista para os outros é a Ética da Importância dos Mosquitos. E ele só conhece tolerância para si mesmo, ou para aqueles que ele considera “próximo” e “semelhante”. Para esses, a ética Fundamentalista é outra. É a Ética da Insignificância de Todo Camelo. O mosquito dos outros é intolerável para ele, e o camelo dele tem que ser leve e inexistente para todos! O Fundamentalista acredita que ele é o salvador do mundo. Acredita que sem ele Deus está perdido. Acredita que a verdade é a sua própria visão da vida (ele sempre diz que essa visão é em “fidelidade” a alguma coisa superior). Fundamentalista é todo aquele que está disposto a matar em nome de Deus—ou de alguma outra coisa que seja “o deus” absolutizador da sua visão da existência. O Fundamentalista não aceita nenhuma forma de liberdade para crer—somente a dele—; e não celebra a Liberdade como liberdade, mas como “oportunidade” para fazer impor a sua crença. Sim, como o Fundamentalista é aquele que entregou a razão a “algo maior”, mas que ele, o fanático, crê ter entendido por inteiro, ele odeia a todo aquele que exerce o seu próprio livre arbítrio, pois ele mesmo não o possuiu. Por isto, quando ele tem “liberdade”, ele sempre que proibir a dos outros. O Fundamentalista é aquele que nunca descobriu nada de si mesmo, mas vive odiosa e apavoradamente para fazer cumprir o que lhe foi ensinado. O ser que assim precede se faz ovelha do Pastor Ódio! Para o Fundamentalista o único livre arbítrio que existe é o dele, e o de todo aquele que com ele concorda. Todos os demais estão errados, por isso, devem ser “dirigidos para o bem”, ainda que seja à força. O Fundamentalista é aquele que ao invés de dizer: “Eu creio”—e, assim, viver conforme a sua fé—; diz: “Quem não crê como eu é inimigo de Deus”—e, assim, ataca ao diferente. O Fundamentalista odeia a liberdade. Ele odeia ver que outros vêem ou que sabem por si mesmos. Ele quer ser guia de cegos, mesmo que para isso ele mesmo tenha que perder a vista. Liderar é mais importante do que ver. O Fundamentalista é duro! Ele é tão duro quanto forte for a sua crença. Pois sua crença será sempre dura para todo e qualquer que diga que não deseja viver por ela. Para ser um bom Fundamentalista o sujeito tem que ser sem misericórdia. Ou melhor: ele tem que ter misericórdia apenas dos seus aliados, enquanto forem aliados; e precisa, em nome da ortodoxia, odiar e repudiar a todo aquele crer diferente. O Fundamentalismo ainda vai acabar com a Terra. Autodestruição é sempre uma batalha entre Fundamentalistas! A maior alegria de todos os Fundamentalistas será quando a Terra for toda cheia de clones deles, ou, não sendo assim, quando o mundo acabar porque eles lutaram até ao Fim.
A GRAÇA QUE INCLUI GENTE E QUE EXCLUI PECADO E DOENÇA
Para a maioria dos leitores do Novo Testamento parece meio estranho, por exemplo, que Paulo seja tão enfático acerca de tudo o que “já está feito”, fazendo cabais afirmações sobre este fato, inclusive por meio do fato afirmando a morte da Lei na Cruz. Isto é, a morte de toda a Lei, tanto o Décalogo como meio de salvação como também todas as demais leis de natureza cerimonial, visto que na Cruz Jesus levou a Lei da Morte para seu próprio lugar — a morte — e ressuscitou para que “sem lei” fossêmos justificados mediante a fé que se fundamenta da Rocha dos Séculos e na Pedra de Esquina que os “construtores rejeitaram”: Jesus.
NEle temos “redenção, santificação, unção e poder” para viver conforme o chamado do Evangelho. E tal poder só se instala em nós pela “fé que atua pelo amor”, tendo no discernimento da Graça de Deus em nosso favor a sua força motriz e sua potência capaz de nos pôr eretos na vida. Assim, vamos com os pés no chão do caminho do arrependimento, que já não vai de culpa em culpa, mas de entendimento em entendimento, produzindo não a eterna-angústia dos “penitentes”, mas a alegria dos que, pela “renovação da mente”, provam a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.Em Efésios, por exemplo, tais garantias estão postas e nos são dadas como fato-feito-e-consumado, selado pelo penhor do Espírito em nós, até o dia do nosso resgate, quando entraremos em toda plenitude de tudo o que de pleno seja possível para a finitude feita eterna até o Possível-do-Pleno no que não é infinito: nós em glória.Entretanto, apesar de tudo isso, ainda em Efésios (4 e 5), Paulo adverte os discípulos quanto ao fato de que a nova vida em Cristo deve gerar o Novo Homem, que é um ser para além dos preconceitos, que são o modo de pensar conforme o adoecimento do curso deste mundo. Afinal, em Cristo não há mais homem e nem mulher, nem senhores e nem servos, nem gente puro-sangue e nem vira-latas...Todavia, para o apóstolo, essa Graça-inclusiva gera um amor-paixão-exclusivo por Deus, e produz em nós um casamento de plenitude de ser com o todo do Evangelho, e, sobretudo, uma ligação tão visceral com Jesus que, sem Ele, nada podemos fazer. No entanto, nem por isso Paulo deixa de nos chamar para o exercício simples e prático de um novo modo de viver, do qual, diz ele, devem ficar fora a ira que dorme sobre a amargura, o roubo de qualquer que seja a natureza, a mentira e o engano em relação a si mesmo e ao próximo, as gritarias, a chocarrices, as bebedeiras descontroladas, as invejas, os ciúmes infundados, o desejo de supremacia, as facções, os partidarismos, os ódios, a maledicência e a sutil aprovação das obras das trevas, as quais, mesmo não sendo praticadas, podem ser aprovadas mediante nossa leveza de ser em relação a elas, quando dizemos: “Eu não faço, mas adoro ver quem faz... É engraçado!”Assim, sem a vivência simples e prática do Evangelho como comportamento, o homem está salvo — “como que através do fogo” —, mas sem conhecer o benefício do Evangelho em sua vida e na dos outros. Sem falar que ele jamais provará a paz que excede todo entendimento, visto que ela só se instala em nós quando o coração que crê também descansa no amor de Deus, e, por tal descanso-entrega, prova o fruto do Espírito em sua existência, não como comportamento performático e nem como “bom testemunho” de aparências, mas como fruto natural e existencial de ser-estar-em-Cristo. Por essa razão Paulo diz: “... não haja entre vós...”... “...nem sequer se nomeie entre vós...”... “longe de vós...”... “... não aproveis as obras das trevas...” ... “... para que aproveis as coisas excelentes...” ... etc... E a isso tudo, em contextos diferentes, ele associa um exercício que pode ajudar a mente a romper com o padrão dos vícios antigos, do velho homem e de seus antivalores e direitos perversos, estimulando uma nova maneira de pensar. Sim, ele nos remete para as coisas lá do alto, e não para as que são daqui de baixo, chamando-nos, assim, para pensar em tudo o que é positivo, de boa fama, no que carrega louvor, e em tudo aquilo que quebra o ciclo das inimizades perversas e à revelia que nascem em nós, ou das antipatias gratuítas, ou mesmo das amarguras que não se querem curar em razão do orgulho ou das mágoas. Só depois disso é que ele diz que “a paz de Cristo que excede a todo entendimento encherá nossas mentes e corações”. Assim, o Evangelho que nos inclui em Cristo é o mesmo que de nós exclui, também em Cristo, tudo aquilo que não é conforme o Espírito de Cristo. Ora, tudo aquilo que é de acordo com Jesus leva a marca do amor, da alegria, da paz, da bondade, da benignidade, da mansidão e do domínio próprio. Embora tudo isso aconteça num processo contínuo... se não nos desviarmos da senda do amor, conforme a Graça.NEle,...
NEle temos “redenção, santificação, unção e poder” para viver conforme o chamado do Evangelho. E tal poder só se instala em nós pela “fé que atua pelo amor”, tendo no discernimento da Graça de Deus em nosso favor a sua força motriz e sua potência capaz de nos pôr eretos na vida. Assim, vamos com os pés no chão do caminho do arrependimento, que já não vai de culpa em culpa, mas de entendimento em entendimento, produzindo não a eterna-angústia dos “penitentes”, mas a alegria dos que, pela “renovação da mente”, provam a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.Em Efésios, por exemplo, tais garantias estão postas e nos são dadas como fato-feito-e-consumado, selado pelo penhor do Espírito em nós, até o dia do nosso resgate, quando entraremos em toda plenitude de tudo o que de pleno seja possível para a finitude feita eterna até o Possível-do-Pleno no que não é infinito: nós em glória.Entretanto, apesar de tudo isso, ainda em Efésios (4 e 5), Paulo adverte os discípulos quanto ao fato de que a nova vida em Cristo deve gerar o Novo Homem, que é um ser para além dos preconceitos, que são o modo de pensar conforme o adoecimento do curso deste mundo. Afinal, em Cristo não há mais homem e nem mulher, nem senhores e nem servos, nem gente puro-sangue e nem vira-latas...Todavia, para o apóstolo, essa Graça-inclusiva gera um amor-paixão-exclusivo por Deus, e produz em nós um casamento de plenitude de ser com o todo do Evangelho, e, sobretudo, uma ligação tão visceral com Jesus que, sem Ele, nada podemos fazer. No entanto, nem por isso Paulo deixa de nos chamar para o exercício simples e prático de um novo modo de viver, do qual, diz ele, devem ficar fora a ira que dorme sobre a amargura, o roubo de qualquer que seja a natureza, a mentira e o engano em relação a si mesmo e ao próximo, as gritarias, a chocarrices, as bebedeiras descontroladas, as invejas, os ciúmes infundados, o desejo de supremacia, as facções, os partidarismos, os ódios, a maledicência e a sutil aprovação das obras das trevas, as quais, mesmo não sendo praticadas, podem ser aprovadas mediante nossa leveza de ser em relação a elas, quando dizemos: “Eu não faço, mas adoro ver quem faz... É engraçado!”Assim, sem a vivência simples e prática do Evangelho como comportamento, o homem está salvo — “como que através do fogo” —, mas sem conhecer o benefício do Evangelho em sua vida e na dos outros. Sem falar que ele jamais provará a paz que excede todo entendimento, visto que ela só se instala em nós quando o coração que crê também descansa no amor de Deus, e, por tal descanso-entrega, prova o fruto do Espírito em sua existência, não como comportamento performático e nem como “bom testemunho” de aparências, mas como fruto natural e existencial de ser-estar-em-Cristo. Por essa razão Paulo diz: “... não haja entre vós...”... “...nem sequer se nomeie entre vós...”... “longe de vós...”... “... não aproveis as obras das trevas...” ... “... para que aproveis as coisas excelentes...” ... etc... E a isso tudo, em contextos diferentes, ele associa um exercício que pode ajudar a mente a romper com o padrão dos vícios antigos, do velho homem e de seus antivalores e direitos perversos, estimulando uma nova maneira de pensar. Sim, ele nos remete para as coisas lá do alto, e não para as que são daqui de baixo, chamando-nos, assim, para pensar em tudo o que é positivo, de boa fama, no que carrega louvor, e em tudo aquilo que quebra o ciclo das inimizades perversas e à revelia que nascem em nós, ou das antipatias gratuítas, ou mesmo das amarguras que não se querem curar em razão do orgulho ou das mágoas. Só depois disso é que ele diz que “a paz de Cristo que excede a todo entendimento encherá nossas mentes e corações”. Assim, o Evangelho que nos inclui em Cristo é o mesmo que de nós exclui, também em Cristo, tudo aquilo que não é conforme o Espírito de Cristo. Ora, tudo aquilo que é de acordo com Jesus leva a marca do amor, da alegria, da paz, da bondade, da benignidade, da mansidão e do domínio próprio. Embora tudo isso aconteça num processo contínuo... se não nos desviarmos da senda do amor, conforme a Graça.NEle,...
A HISTORINHA DE NOSSAS Estórias...
A HISTORINHA DE NOSSAS Estórias...
Leia até ao final! Ou... seja um "crente": não leia e não goste! ___________________________________________________________ Alguém fica querendo saber como é ser salvo. Então lhe dizem que isto significa aceitar certas doutrinas, freqüentar um determinado lugar, e sustentar financeiramente os líderes do lugar e o lugar em si. Além disso, se diz que se espera que a pessoa se comporte de uma certa forma; de tal modo que, se possível, mesmo sendo olhada a distancia, a pessoa já seja identificada como crente. Pois, diz-se que assim, tanto ela se protege dos ataques do mal, quanto também já chega mostrando a "espada", e mostrando que veio para pelejar. Sem dúvida que parte importante da instrução é manter-se em constante estado de vigilância nervosa, sempre esperando um ataque súbito do Inimigo de Deus, um ser onipresente, quase onipotente, e malignamente semi-onisciente; sem falar que pode-se também ser perseguido por sermos diferentes, e por tentarmos fazer todos os outros se tornarem como nós. E a perseguição pode vir de fora, dos mundos dos homens; ou do alto e do invisível: dos dominadores do mundo, os espíritos do mal. Mas nunca de dentro do ser. Nesse processo, a pessoa começa meio aflita e muito grata por ter sido aceita, uma vez que ela própria aceitou. Depois ela passa a ficar muito angustiada com o pecado e o diabo. Então, surge o apavorado desejo de ficar forte e de ser alguém para Deus neste mundo. Uma pessoa importante de Deus na Terra. Que belo objetivo, nem sempre com a melhor motivação! Neste ponto há algumas avenidas para escolher fazer residência: a Rua do Fanatismo, a Avenida da Lei, o Beco Faz de Conta Que é, e a Praça Sou Melhor Que Todo Mundo. Então o indivíduo tem que escolher. A maioria fica Fanaticamente na Lei, dizendo que é Melhor Que Todo Mundo, enquanto nenhum deles perde a boca do Beco Faz de Conta que é. Então, conforme as preferências de cada um, e conforme o mover ou a necessidade, espera-se que a pessoa se dedique ao seu lugar, e que demonstre a verdade de sua fé pela conduta mais rigorosa. Sempre espelhando o modelo local de clonagem: o pastor, ou bispo, ou até apóstolo. Em outros lugares o modelo é alguém que fundou o grupo no passado. O nome de Jesus abençoa isso tudo! Na realidade o que se espera do homem, conforme a religião, é que ele seja melhor que todo mundo, conforme o critério de aferição da religião; e que seja um ativo participante no processo de impressionar até a Deus, mostrando que seu comportamento é melhor do que o de todos os homens, de qualquer lugar do planeta; e que nossa freqüência na casa de Deus, e nosso dinheiro entregue a Deus através de Seus Representantes Autorizados, bem demonstram o tamanho de nosso amor por Ele. Também se espera que ele, o crente, não importando em que avenida ele caminhe, seja, de qualquer modo, todos absolutamente iguais, e diferentes de todos os que são “diferentes”, os do mundo; e que também lute, com todas as forças, para que o seu grupo cresça, de tal modo que se possa obter poder de mudar a própria lei dos homens, de tal modo que todos sejam obrigados a se comportar como os crentes, pois somente eles se comportam segundo as leis de Deus. Em muitos outros crentes, todavia, surge o desejo de recuperar o sentido de ser crente original. Então eles se dedicam a estudar como eram os crentes de antigamente, como viveram, como se comportaram, o que disseram sobre Deus, e o que devemos aprender com eles. E, neste processo, dá-se algo muito interessante. Quanto mais antiga for a opinião da pessoa venerada, mais autoridade ela terá. E, também, quanto mais o tal santo puder demonstrar pela lógica ou pelos resultados a sua crença, mais certa sua fé será. Além disso, existem também aqueles poucos homens que tiveram papeis históricos importantes, e que, por essa razão, tudo o que disseram foi ficando cada vez mais divino, quanto mais velho e antigo foi se tornando. E como o crente, de modo estranhamente moral, está sempre se sentindo endividado com seu próprio passado, está sempre achando também que todo bem ficou em algum lugar no passado. Crente é ensinado a ter medo de Deus, a venerar os homens bíblicos, a adorar a Jesus, a escolher o seu santo apóstolo, a cultuar a Bíblia, a se conformar com a igreja, a odiar o mundo, e a aceitar que os pregadores são sempre a boca de Deus. Crente é aquele que é amado pelo seu bom comportamento num mundo que Deus odeia. Crente é aquele que pensa que se não fosse por ele o mundo já teria há muito acabado. Sim, crente crê que a igreja governaria muito bem o mundo, pois ele, o crente, é o melhor homem da terra, pelo menos é o único que sabe a verdade. Crente crê que a verdade pode ser sabida. Acredita que ela cabe numa doutrina. E que é validada pela História dos Crentes. Crente crê no Espírito Santo como sendo aquele que o arrepia na conversão, que pode ilumina-lo quando ele lê a Bíblia, e que sempre ilumina o pregador. E crê que na hora do culto, se todo mundo se concentrar e orar, o Espírito Santo atua. Se não se concentrar, Ele não atua. E, no mundo, Ele não faz nada, pois quem manda lá é o Diabo. Assim, crente crê que o Espírito Santo depende dele para agir no mundo. Então, transforma o arrepio em mandato divino, e vai às ruas exortando o mundo, dizendo que se arrependa, e que se torne como o Crente. Apesar disso, por um mecanismo completamente desconhecido, crente é também aquele que diz que a igreja governaria muito bem o mundo, enquanto, nela própria, o que reina é o desgoverno, o ódio, a inveja, a porfia, o disfarce, a intriga, o julgamento, a vaidade, as fogueiras de ego, o marketing, a auto-promoção, o testemunho como venda de superioridade espiritual, e, portanto, de ajuda financeira. Sem falar nas mais sórdidas manipulações, e nos interesses mais baixos, e nas intenções mais narcisistas que se possam conceber. Mas como eu disse, por um mecanismo completamente desconhecido, o crente acredita que isso só acontece na igreja por causa do diabo, mas que, governando o mundo, sem explicar o por quê, os crentes seriam bem melhores. Crente tem o dom de não se enxergar, enquanto diz que vê todo mundo, e sabe discernir tudo muito bem, é só ter uma oportunidade de mandar, e haver “outros” para obedecerem. Crente diz amar a verdade, mas não a suporta. Por isto ele prefere uma boa imagem de crente do que a verdade. Por isto também ele pune a verdade quando confessada, e não considera verdade tudo aquilo que não for nem confessado e nem flagrado. A verdade, para o crente, tem que ficar no lugar dela: presa na Bíblia. Assim, com o processo de amadurecimento, o crente acaba virando um grande malandro vestido de bobo! Enquanto isto, chocado, um grupo imenso assiste a si mesmo. Esses são os Lúcidos e Sensíveis. O drama deles é o seguinte: eles não sabem como ser quem gostariam de ser, e, ainda assim, serem crentes. E por que? É que para eles parece não haver modo possível de agradar a Deus e ser de Deus, se não for nos ambientes de uma das Concessionárias Autorizadas do divino na Terra. Eles odeiam isto, mas não conseguem se livrar. Então, eles ficam dizendo que estão cansados, que não agüentam mais, que tentaram tudo, que se esforçaram, que já não agüentam mais, que está insuportável, que é inconcebível, que é preciso fazer um Congresso, um Encontro, uma Conferência para debater o assunto, e, então, se escrever um Documento, um Protesto, uma Proposta, qualquer coisa, desde que se registre que eles não querem aquilo. Então, para poderem atingir a todos os que precisam ser atingidos, eles convidam todos os Representantes Autorizados—carentes de ajuda, pois estão loucos!—; e, também, a fim de dar Legitimidade ao Evento, eles nomeiam alguns Representantes Autorizados para falar—os mais educados!—; pois crêem que assim estarão respeitando a História, enquanto, dignamente, constroem com as próprias mãos o presente. Acabam aos beijos. Se abraçam. Voltam para casa. E tudo fica igual. E, assim, eles se renovam em suas esperanças... E, assim, é o caminho dos crentes como discípulos... Culpados seguem suas próprias culpas; aflitos pregam suas próprias aflições; gananciosos seguem suas próprias ambições; e, sem alma, seguem para salvar a alma do mundo. Desta forma nos contaria a nossa história, de um modo resumido, um observador de “fora”. É assim que a igreja é vista. No geral, é assim que ela é. Se eu não puder tirar a trave primeiro de meu olho, como poderei ajudar o meu irmão com seu pequeno cisco? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho; então poderás tirar o cisco do olho de teu irmão!—disse Aquele cujo nome é abusado, e cuja Verdade é insuportável.
COMO O CAMINHO DO EVANGELHO VIROU CRISTIANISMO
O que será que Jesus tinha em mente quando disse aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder? Esperava Ele que após o derramar do Espírito eles ficassem Jerusalém? Que ali fizessem uma base? Que o lugar se tornasse um centro de decisões? Que ficassem e tentassem converter o judaísmo à fé de Jesus? Que buscassem tornar fariseus em discípulos fariseus? E fazer sacerdotes saduceus (a classe sacerdotal) tornarem-se discípulos sacerdotes? Será que Ele desejava que dali para frente o que quer que acontecesse em qualquer lugar, tivesse que ser referendado pelo poder dos discípulos de Jerusalém? E que toda e qualquer expressão dos novos discípulos, de outros lugares, tivesse que ter o carimbo de autenticação feito no cartório de Jerusalém? Paulo vai até eles, “aos de Jerusalém”, apenas duas vezes. A primeira vai constrangido pela bobagem dos motivos da ida, mas vai assim mesmo, buscando paz e a diminuição da opressão que ele mesmo sentia na pele, sendo sempre perseguido ou por fariseus em “missão” no estrangeiro, ou por cristãos judaizantes. Assim, em Jerusalém, Paulo consegue uma carta com algumas concessões para os cristãos gentios. Para Paulo era apenas uma tentativa de diminuir o conflito, mas, certamente, era uma carta básica demais para as alturas de entendimento pelas quais o espírito de Paulo já planava ao sabor do vento da Graça. Na segunda vez que lá esteve também fez de tudo para acalmar os “líderes de Jerusalém”, e até se submeteu a um “voto”, e raspou a cabeça, e foi fazer orações no templo, até que foi apanhado pelas autoridades judaicas que se deixaram levar pelas provocações de juidaizantes que encontraram a Paulo na cidade, e que já o perseguiam desde há muito; e, assim, alegraram-se com a possibilidade de matar aquele piolho contra as paredes pedradas de Jerusalém. Paulo acabou preso, tendo que se defender sozinho, sem contar com uma única voz apostólica a seu favor, e sem nenhuma aparente ação de Tiago—o líder de Jerusalém—ou de seus seguidores; e foi deixado à sorte e aos humores dos judeus. Para mim, o desconforto de Paulo com a igreja de Jerusalém—e a ação deles em relação a Paulo—, bem expressa o que ele cria que não deveria ter acontecido jamais. Paulo queria ver seus compatriotas convertidos e crendo em Jesus, mas não desejava que a fé tivesse um centro físico de decisões, um vaticano; e que, efetivamente, foi aquilo no que a incipiente igreja de Jerusalém desejou fazer de si mesmas: um centro de decisões para os demais cristãos. Ora, a ordem de Jesus era para que se pregasse também em Jerusalém, mas que de lá se fosse pela judéia, pela Samaria, e até aos confins da terra. Eles, todavia, ficaram, ficaram, e ficaram em Jerusalém. E de lá só começaram a sair quando da perseguição de Estevão, tempos depois. E logo retornaram; e logo lá se re-estabeleceram, a ponto de Tiago se orgulhar, dizendo a Paulo: “Vê, irmão, quanto milhares de milhares há entre nós que crêem, e são todos zelosos da lei”. O que para Tiago era uma alegria e uma vitória da fé, para Paulo, era, todavia, uma derrocada. É insistente a rejeição de Paulo com relação ao papel cartorial e papal que a igreja de Jerusalém evocava para si mesma. O centro do poder! Esta é uma demonstração simples de como o “poder do Espírito”—“permanecei na cidade até que do alto sejais revestidos de poder!”—pode, rapidamente, se transformar em poder político-religioso, mesmo que o argumento seja tão supostamente nobre quanto dizer: “É para regular a fé”. Eu comecei fazendo a seguinte pergunta: O que será que Jesus tinha em mente quando disse aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder? Na minha opinião Ele esperava que tudo quanto Ele havia dito antes acerca de como se deveria proceder, de cidade em cidade, fosse, agora, não mais “treinado”, como antes Ele os fizera experimentar—Mateus e Lucas narram esse eventos preparatórios—, mas sim, que agora, tudo aquilo fosse vivido como uma ação continua, num fluxo ininterrupto, num vai e vem constante, e como um poder que nunca tivesse um trono, nem uma cidade santa, nem um vaticano, nem um centro de poder. Tudo o que Jesus queria era que os discípulos continuassem discípulos, e que os apóstolos fossem os servos de todos; sem haver nem alguém maior, e, muito menos, um lugar mais santo, ou um centro de poder. Eu vejo Paulo sendo acusado de ter criado o cristianismo. Que terrível acusação! Não, não acusem Paulo disso. Pode-se dizer que dele vieram as elaborações e as conclusões “teológicas” acerca do significado daquilo que entre eles havia acontecido como fato histórico, mas que não tinha ainda tido sua síntese reflexiva e aplicativa feita por ninguém antes. Os apóstolos pregavam a salvação no nome de Jesus, mas não sabiam das implicações mais profundas da fé, e nem tampouco acerca da desconstrução religiosa que tal fé, sendo discernida, provocaria. Acusem sim os “pais da igreja” e seus “mestres” de haverem feito doutrinas sobre as afirmações de Paulo, e de terem usado suas revelações acerca do “mistério antes oculto, agora, porém, revelado de uma vez por todas”, em um pacote de doutrinas, e que vieram a moldar o pensar do cristianismo, embora, a pratica religiosa posterior dos cristãos, seja tão somente filha do casamento da igreja de Jerusalém com as autoridades do templo, e com os legalismo dos fariseus “convertidos à fé”. À isso, posteriormente, se fez sincretismo, incorporando noções dos cultos de mistério dos gregos, abrindo-se também para as influências gnósticas, e adotando o método grego—mais precisamente o Aristotélico—, a fim de ser o “modo cientifico” da igreja pensar e fazer teologia; e sua filhas: as doutrinas. Jesus não havia dito fiquem. Mas apenas fiquem até que sejais revestidos de poder. Jesus esperava que o poder do Espírito os fizesse sair em desassombro pelo mundo, pregando a Palavra da Boa Nova, ensinando singelamente os discípulos a serem de Jesus em suas próprias casas e culturas. Desse modo, se teria sempre um movimento hebreu, crescente, progressivo, livre, levado pelo vento, guiado pelo Espírito, e complemente semelhante ao que eles haviam vivido com Jesus durante o Caminho, naqueles três anos de estrada que construíram o Evangelho ao ar livre, nas praias da Galileia, nos desertos da judéia, nas passagens por Samaria, nas terras de Decápolis, e nas regiões onde os cachorrinhos, debaixo da mesa, aguardavam as migalhas que poderiam saciar a fome de toda a terra. Alguém, com razão, diria que tal projeto não seria possível, visto que ninguém consegue viver sem um centro de poder. Entretanto, parece que ainda não se discerniu que o convite de Jesus é contrario a toda lógica de poder, e não propõe nada que não seja Hoje, e que não obriga a ninguém a pavimentar o futuro de Deus na Terra mediante a construção de algo duradouro. Para Jesus o algo duradouro era justamente aquilo que não se poderia pegar, nem fixar, nem pontuar, nem ser objeto de vistas turísticas, dada a sua impermanência num chão marcado pelas urinas dos mandões. Ele esperava que os discípulos fossem como o Mestre, e que aqueles anos de Caminho não ficassem cristalizados nas páginas dos registros dos evangelhos, mas que se tornassem um modo de ser de seus discípulos. Jesus não era pragmático. Se o fosse, teria logo se mudado para Roma, ou teria aceitado o convite dos gregos, conforme João 12. Se Jesus fosse pragmático jamais teríamos o Evangelho. Isso porque o Evangelho propõe o Caminho Inviável, e que só se faz possível quando os homens são capazes de esquecer todas as suas formas de controle e poder. O poder dos discípulos, paradoxalmente, está em não ter poder. E o convite para que se morra a fim que se tenha vida, é também valido para a igreja, que, ao contrário do discípulo, quer mandar na vida, e controlar os homens e o mundo. Assim, pretendo salvar a sua vida neste mundo, a igreja não só perde a sua própria vida, mas deixa de ganhar o mundo. O que Jesus queria era uma multidão de seres-sal-e-luz se espalhando pela terra, e, se diluindo em sabores e luzes que só seriam sentidas, mas não pontuadas, jamais se tornando uma Salina ou uma Usina de luz cristã, a serem visitadas pelos curiosos. O reino é como o fermento escondido...até que pervade toda a massa da humanidade...sem ninguém saber como...e sem que ninguém possa dar gloria a mais ninguém, se não ao Pai que está nos céus. Aliás, a proposta de Jesus é tão pouco pragmática, que a vontade de aparecer não pode resisti-la. O sal, por exemplo, foi usado por Jesus como metáfora desse desaparecimento da igreja na terra. Tudo ao que Ele associa a metáfora do sal é ao sabor, e nada mais. O sal tem que ter sabor, se não já não presta para nada. E para que o sal salgue e dê sabor, de fato, ele tem que se dissolver nos elementos que recebem o seu benefício. O sal só salga quando morre como sal visível e se torna apenas gosto, presença, realidade, inescusável benefício, embora ninguém possa dizer onde ele está, podendo apenas dizer: ele está na panela. Mas onde? Já a Luz do mundo—vós sois!—, deveria ser a ação contínua da bondade e da misericórdia, de modo completamente discreto, porém pleno de efetividade; de tal modo que os “de fora” é que ao receberem os benefícios da luz, discirnam-na como boas obras, e, assim, eles mesmos, agradeçam a Deus pelos filhos da misericórdia que Ele espalhou pela terra. O que Jesus propõe como simplicidade total, entretanto, logo deu lugar às complexidades regimentais e aos centros de poder. Mesmo dizendo “tal não é entre vós”—referindo ao poder de governar dos reis e autoridades—, o que se criou desde bem logo foi aquilo que era comum, não o que era completamente incomum. “O meu reino, agora, não é deste mundo”, os fez pensar que aquele “agora” já havia passado, e que, “agora”, eles estavam livres para facilitar as coisas; ou seja: para complexificá-las, conforme os governos da terra, deixando de lado a leveza do caminho, e o verdadeiro espírito hebreu—andarilho, cruzador de fronteiras—, e que havia sido também encarnado em Jesus. O que estou dizendo? Que nada valeu a pena? É claro que não! O que estou dizendo é que o mundo ainda não acabou, e que a cada nova geração os discípulos de Jesus têm, outra vez, a chance de viver o Evangelho, simples e puro, leve e livre, dissolvido em sabores sentidos, mas sem sede física de poder, sem qualquer mandão entre nós; e que a luz do mundo pode ainda brilhar no mundo, não como uma ação da igreja, mas como fruto da bondade justa e misericordiosa de cada discípulo que não queira ser um agente da igreja, mas apenas um filho do amor de Deus solto nesta terra. E não nos reuniremos mais?—é a pergunta angustiada de alguns. É claro que nos reuniremos sempre. Mas tais encontros não visariam centralizar as forças e organizar as ações de poder, mas apenas renovar as alegrias da fé e da esperança, fortalecer o amor, e devolver as pessoas à vida com a simplicidade do sal e da luz. Ou seja: com sabor e boas obras. Eu sei que pareço louco para alguns. Não nasci ontem. Conheço os mecanismos de poder dos quais a “igreja” se alimenta. E também sei que apenas um punhado mínimo de pessoas têm a coragem que o Evangelho do reino demanda, que é a coragem para abrir mão do poder, e para liderar pela simplicidade, sem trono a nos acolher em honras. Quem, no entanto, tiver tal coragem da simplicidade, esse conhecerá o significado de ser discípulo de Jesus no reino deste mundo, e que é o poder que nasce da fraqueza—que, aliás, é o único poder que Jesus quer ver sendo vivido pelos Seus discípulos. Minha esperança é que pelo menos alguns poucos entendam e creiam.
A NOÇÃO DE TEMPO E O PROBLEMA HERMENÊUTICO
Um dos maiores problemas da “teologia” e, especialmente, de suas sistematizações, vem da antiga noção de tempo. Os teólogos, em geral, pensam em Deus com as categorias de tempo e espaço, e pensam na Graça como uma “evolução histórica”, como se Deus tivesse crescido com os homens. Hoje em dia é um desperdício sem precedentes continuar a “fazer teologia” sem se entender a questão do tempo, até mesmo do ponto de vista da física quântica. Boa parte dos nosso conflitos doutrinários e teológicos — coisas como predestinação e livre arbítrio — soam pequenas depois que você entende o que é o tempo, sua total relatividade e, no sentido Absoluto, até mesmo sua inexistente-existência. O tempo serve à Relatividade, daí ele servir à História. Mas serve pouco à Teologia, que nunca é o que pretende ser caso não exista entre o temporal e o a-temporal. Deus é! A redenção, portanto, aparece na História apenas porque ela preexiste à própria História. O Cordeiro, afinal, foi imolado no Antes de qualquer História e de qualquer Tempo! Passado, presente e futuro só existem como impressões para seres presos ao tempo e à finitude do ser — nisso inclui-se toda a criação, pois viver eternamente não é ser eterno —, daí os discursos inócuos e simplistas dos teólogos da predestinação pecarem contra o ser de Deus na tentativa de explicar aquilo que só se intui pela fé, visto não estar disponível à compreensão se a referência for a linearidade histórica do tempo. Portanto, se Deus é, tudo está sendo, mesmo o que já foi e o que ainda será aos nossos sentidos limitados!.....
METÁSTASE DE CÂNCER DE MUNDO
O espírito do mundo é fino como aquilo que não se pode ver. Ele se apóia em todas as coisas que não sejam verdade.
Assim, virtualmente, apóiam-se em todas as coisas.
Desse modo, são leves brisas as forças que mais nos afastam do passo.
As tempestades são grotescas, caricatas.
Mas as brisas preguiçosas e que se esfregam por nós todos os dias, são as forças que mais nos deslizam sutilmente para fora do passo.
Desse modo, tudo de bom pode contribuir para o que é ruim; e o que é ruim para o que é bom; pois, tudo depende de quem recebe cada coisa, e de como a recebe.
Muitas bondades com o tempo podem se tornar algo ruim. E muitas maldades podem gerar algo bom.
Mas o bom sempre será bom, mesmo quando a bondade se torne algo ruim conforme uma outra interpretação. Assim como a maldade sempre será ela própria mesmo que algum bem seja apesar dela auferido por alguém.
Porém, penetrantes são as brisas geladas do espírito do mundo, as quais, penetrando por todas as nossas fragilidades, dão metástase de câncer de mundo por todo o ser.
Por vezes é frio. Ou pode ser como a lamina do calor mais indecifrável.
Entretanto, quando se percebe... — o espírito já vê através de nós e nós através dele.
Então, nesse ponto, somos conectados ao Espírito do Mundo, como um todo.
Ora, esse processo evolui em suas instalações em nós. Cresce na destruição da nossa simplicidade interior; e nos torna muitos, nos torna múltiplos, nos torna Legião.
Mas o pior nível de “conexão” com tal espírito, é quando a pessoa já não é mais nada além do vento do espírito do mundo.
Um zumbi dos modos, das modas, e dos moods dos tempos.
Então, cada vez mais a pessoa sente como o mundo. Encanta como o mundo, se fascina pelo mundo, se devota ao mundo, se sente parte do mundo, acha o máximo ser clone dos tempos, e fica a mercê dos sentimentos da geração prevalente.
Por isso Jesus mandou que nos acautelássemos das “conseqüências” das orgias, da embriagues e das dissoluções deste mundo.
Pois, basta que se fique vulnerável às “conseqüências”, que o espírito que corresponde ao que de concreto ele expressa no mundo, já encontra seu poder em nós, e se instala em estado delicadamente latente, mas pronto para emergir em nós.
É uma possessão existencial, psicológica, cultural e coletiva. Inconsciente e coletiva. Assim, ficamos sendo habitados pela latência de uma gestação perversa, pronta para eclodir tão logo as circunstancias a evoquem.
Como disse João: “Filhinhos, fujamos dos ídolos!”.
A defesa é uma só:
Discerni os espíritos e eles fugirão de vós!
Nele,....
Assim, virtualmente, apóiam-se em todas as coisas.
Desse modo, são leves brisas as forças que mais nos afastam do passo.
As tempestades são grotescas, caricatas.
Mas as brisas preguiçosas e que se esfregam por nós todos os dias, são as forças que mais nos deslizam sutilmente para fora do passo.
Desse modo, tudo de bom pode contribuir para o que é ruim; e o que é ruim para o que é bom; pois, tudo depende de quem recebe cada coisa, e de como a recebe.
Muitas bondades com o tempo podem se tornar algo ruim. E muitas maldades podem gerar algo bom.
Mas o bom sempre será bom, mesmo quando a bondade se torne algo ruim conforme uma outra interpretação. Assim como a maldade sempre será ela própria mesmo que algum bem seja apesar dela auferido por alguém.
Porém, penetrantes são as brisas geladas do espírito do mundo, as quais, penetrando por todas as nossas fragilidades, dão metástase de câncer de mundo por todo o ser.
Por vezes é frio. Ou pode ser como a lamina do calor mais indecifrável.
Entretanto, quando se percebe... — o espírito já vê através de nós e nós através dele.
Então, nesse ponto, somos conectados ao Espírito do Mundo, como um todo.
Ora, esse processo evolui em suas instalações em nós. Cresce na destruição da nossa simplicidade interior; e nos torna muitos, nos torna múltiplos, nos torna Legião.
Mas o pior nível de “conexão” com tal espírito, é quando a pessoa já não é mais nada além do vento do espírito do mundo.
Um zumbi dos modos, das modas, e dos moods dos tempos.
Então, cada vez mais a pessoa sente como o mundo. Encanta como o mundo, se fascina pelo mundo, se devota ao mundo, se sente parte do mundo, acha o máximo ser clone dos tempos, e fica a mercê dos sentimentos da geração prevalente.
Por isso Jesus mandou que nos acautelássemos das “conseqüências” das orgias, da embriagues e das dissoluções deste mundo.
Pois, basta que se fique vulnerável às “conseqüências”, que o espírito que corresponde ao que de concreto ele expressa no mundo, já encontra seu poder em nós, e se instala em estado delicadamente latente, mas pronto para emergir em nós.
É uma possessão existencial, psicológica, cultural e coletiva. Inconsciente e coletiva. Assim, ficamos sendo habitados pela latência de uma gestação perversa, pronta para eclodir tão logo as circunstancias a evoquem.
Como disse João: “Filhinhos, fujamos dos ídolos!”.
A defesa é uma só:
Discerni os espíritos e eles fugirão de vós!
Nele,....
É BOM DEMAIS E É VERDADE!
Sou apenas um homem que creu. Nada além disso. Não sou discípulo de Jesus porque seja mais lógico, ou mais racional, ou mais humano, ou mais sadio, ou mais qualquer coisa. Eu apenas cri. E cri porque fui seduzido por algo maior do que eu, e que me quis, me escolheu, me chamou, me justificou, me glorificou; e, assim, me deu força para enfrentar a existência; e mais que isto: para poder prová-la como realidade, e sem medo de ser feliz; apesar de tudo o que nos seja ensinado como sendo absurdo. Digo isto porque não dou provas de nada do que afirmo, pois, de fato, assumo que qualquer visão que exista da vida, tal visão deve ser vista como “fé”. Isto porque até para se “descrer”, tem-se que ter fé na possibilidade de uma existência sem fé; o que é também fé na forma de uma pressuposição filosófica negativa quanto a fé. Isto dito, e sem tentativas de prova, afirmo que a mais essencial de todas as afirmações do Novo Testamento é aquela que diz que o Cordeiro foi imolado desde antes da fundação do mundo-cosmo. Ora, isto define a pulsão mais essencial do que seja vida: sacrifício, doação, abertura para tudo, e disposição de se fazer contínuo no outro. Assim, da meta-física que tem no Sacrifício sua pulsão primal, à criação de um ser feito à imagem e semelhança do Criador’; a Vida se torna vida. A criação do homem é mais um ato da Vida criando vida semelhante a Si mesma na Sua realidade mais visceral: o conhecimento de si mesmo e a capacidade de dizer “eu sou”. Jesus disse que somente uma coisa é necessária; e isto tem a ver com tudo na Existência. Tudo vem de Um e tudo volta a Um. E esse Um é como é, não se explica e nem se deixa descrever. Ele apenas se Encarna diante de nós. Mas nem de Seu rosto humano, Jesus deixou cópia. Porque quem via a Jesus via o Pai não porque Jesus “tivesse” a cara de Deus, mas sim porque Ele era Deus. Jesus é como o Pai, mas o Seu rosto humano não é a cara de Deus. A cara de Deus está em todas as coisas e em todas as caras. Porém, o chamado divino é para nos dar não as feições físicas de Jesus, mas sim para nos transformar na face de Cristo. A face de Cristo, para mim, é a minha face glorificada Nele! Disse isto apenas para afirmar que a Vida tem como princípio mais primal, o sacrifício. Esse ato é o Útero de todas as coisas; visto que o primeiro Parto a existir foi a doação da Vida do Cordeiro chamando à luz, e pela Luz, todas as coisas à existência. Assim, quanto mais Deus se esvazia de Deus, mais Deus se torna Deus. Quanto mais Ele se dá, mais tudo se torna Seu; não porque Ele as criou, mas sim porque elas todas se tornam atraídas para Ele. O Deus que é imolado antes de criar é o mesmo que morre na História a morte já conhecida como Sacrifício antes de qualquer existência. O Deus Vivente é o Deus Esvaziante de Si Mesmo! Afinal, Jesus disse que o princípio da vida era dar a vida. Assim, Ele não falava apenas algo a ser relativo aos humanos ou aos grãos de trigo simbólicos, os quais, morrendo, produzem muito fruto. Ao contrário: a vida, em qualquer perspectiva, é sempre assim. Desse modo se pode dizer que o Cordeiro imolado antes de haver qualquer coisa, é a suprema afirmação de que o Deus que se Sacrifica, é o Deus que cria; pois não há vida que não proceda da Vida. E Vida é Sacrifício de Si mesmo para poder ser Graça. Criar é tanto um ato de Graça quanto de Redenção. Para Aquele que foi imolado antes da fundação do mundo, criação e redenção são uma só coisa. Nele subsistem, de fato, todas as coisas; incluindo toda a criação como toda redenção! Entretanto, essa fé se faz compatível com o espírito de Cristo Jesus, e que se recomenda que também nos habite, o qual afirma que Ele sendo Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes esvaziou-se de si mesmo, e assumiu todas as identificações humanas; fazendo-se obediente até a morte, e morte de Cruz; pelo que Deus o exaltou, e lhe deu o Nome que está sobre todo nome, em qualquer que seja o plano ou dimensão. Portanto, em Jesus, Deus chama o homem a viver com Deus enquanto Deus vive como homem! E o princípio único a existir é este: amor, que se doa, e, por isto, tanto cria quanto redime; pois tanto serve quanto perdoa; pois tanto mais misericordioso é, quanto mais misericórdia tenha experimentado. Essa fé, todavia, faz desabar todo o edifício da Teologia. Quem pensar saberá o porquê. Nele,...
DEPOIS DO CORDEIRO IMOLADO ANTES: tudo faz parte...
Hoje, dia 20, no Fantástico, um menino que fez parte do documentário “Facão”, disse o seguinte: “Essa vida é um bagulho difícil”. Certamente ele, nos seus 17 anos, já havia internalizado, pela via da catástrofe na favela e da orfandade paterna, o que Sidarta teve que conhecer buscando. Esse menino, não; ele foi buscado pela dor; e já começa do fato dele viver onde vive, e nas condições de existência e convício aos quais ele é submetido à revelia desde sempre. A conclusão do menino da favela e do tráfico de que essa vida é um bagulho difícil, coincide com a conclusão filosófica e religiosa de todos os pensadores e de todos os credos da Terra. “No mundo tereis aflições”.... “Essa vida é um bagulho difícil”... “Viver é sofrer...” “... é vaidade e correr atrás do vento...”... “O existir humano é desespero...”.... “A existência é nausea”— todos dizendo a mesma coisa acerca do diagnóstico da existência. A questão é: por quê a vida tem que ser esse bagulho tão difícil? À cuja questão, eu coloco as minha próprias: Como seria possível haver o desenvolvimento da consciência sem dor e contradição? E que tipo diferenciado de consciência é essa, que apenas a conhece esse ente humano, que é animal-instintual ao mesmo tempo em que carrega todos os desejos da eternidade em si mesmo? Seria ela, a consciência, passível de desenvolvimento sem dor, num ser que já é em si sofrimento e tensão entre o tempo e a eternidade, entre o finito e o infinito, entre o visível e material e o invisível e espiritual? Ou seja: eternizados num Éden sem tentação, quem seríamos nós? O que sei é que se olhássemos com nossos olhos-morais-de-hoje, lá para trás...; sim, se nos fosse possível adentrar os portões do Éden, antes da Queda, e ver Adão e Eva no Paraíso, que cenas nós veríamos? E como as veríamos e as julgaríamos? Minha certeza é que elas, embora sejam nosso desejo terreno mais profundo, certamente não eram para ser comparadas com o que nos foi dado, apesar da Queda, visto que é indubitável que o Segundo Adão, Jesus, é maior do que o Primeiro Adão; assim como a Graça e excelentemente superior à Lei; assim como o menor no Reino de Deus é ainda maior do que o maior de todos “antes”: João Batista. O que aconteceu no Éden, para mim, faz parte de mais um dos paradoxos e até inexplicáveis contradições da Escritura. Sim, porque se de um lado o que lá havia era “muito bom”; o que se diz que o Segundo Adão fez, depois da Queda, é de uma dimensão que não é para comparar com a Primeira; assim como é tolo tentar comparar a glória de Moisés com a de Cristo, posto Moisés cobria a face em razão do desvanecer, e Jesus deixava o rosto para fora em razão de Seu resplandecer. Ora, como creio na Escritura e em sua revelação, e, sobretudo, creio que Jesus é quem mostrou e disse ser, não me é possível deixar de ver que a Queda é também um acontecimento “para cima”, a menos que haja um outro meio de formar consciência fora do choque das contradições, e conforme a existência a que nos pusemos submetidos, por escolha própria, porém, ainda conforme a soberania de Deus; a qual é tão soberana e sutil, que nos deixa livres enquanto trabalha usando os próprios atos livres do humanos, a fim de esculpir o Homem no homem. Se o Cordeiro foi imolado antes de tudo, então, não há como a Queda não ser vista e entendida como “contradição essencial e necessária” ao processo da formação da consciência. Posto que ela mesma, a consciência ainda não existente, já havia recebido a provisão do Cordeiro. Razão pela qual, após a Queda, os humanos são imediatamente cobertos por Deus com peles de animais; os quais morreram para cobrir os humanos; do mesmo modo como a Cruz de Jesus foi a Consumação histórica do fato eterno estabelecido antes da fundação do mundo: a Cruz do Cordeiro. É por causa da Cruz do Cordeiro Eterno, imolado Antes, que todo o proceso de formação da consciência acontece numa contradição que tem que ser sentida como transgressão, ao mesmo tempo em que precisa ser percebida sob a Graça Eterna. Do contrário, não se tem um adorador, mas apenas um religioso perdido entre a dúvida de “onde” se deve adorar: se em Jerusalém ou se no Monte Gerezim; conforme a Samaritana antes de beber da Água da Vida. Ou, então, tem-se apenas um ser de conciência culpada e neurótica, mas jamais consciente e pacificada. A outra alternativa é a alienação deliberada ou o cinismo consciente. O que de fato estou dizendo é que até a Queda contribuiu para o bem dos que amam a Deus! Pense nisto!....
Águia...
Alguma vez você já pensou aonde vão as águias quando a tormenta vem? Onde é que elas se escondem? Elas não se escondem. Abrem suas asas que podem voar a uma velocidade de até 90km/h, e enfrentam a tormenta. Elas sabem que as nuvens escuras, a tempestade e os choques elétricos podem ter uma extensão de 30 a 50m, mas lá em cima brilha o sol. Nessa luta terrível podem perder penas, podem se ferir, mas não temem e seguem em frente. Depois, enquanto todo mundo fica às escuras embaixo, elas voam vitoriosas e em paz, lá em cima. Finalmente, as águias também morrem, mas alguma vez você achou por aí um cadáver de águia? De galinha talvez, de cachorro ou de pombo, quem sabe até de um bicho de mato nessa extensas estradas de reserva ecológica, mas cadáver de águia você não encontra. Sabe por quê ? Porque quando elas sentem que chegou a hora de partir, não se lamentam nem ficam com medo. Procuram com seus olhos o pico mais alto, tiram as últimas forças de seu cansado corpo e voam aos picos inatingíveis e aí esperam resignadamente o momento final. Até para morrer elas são extraordinárias. Talvez por isso o profeta Isaías compara os que confiam no Senhor com águias. Quem sabe hoje você tem diante de si um dia cheio de desafios. Alguns deles podem parecer impossíveis de ser vencidos, mas lembre-se: descanse no Senhor, passe o tempo com Ele e depois parta para a luta, sabendo que depois daquela tormenta brilha o sol. “Mas os que esperam no Senhor, renovam as suas força.
Criação e maravilhas
Um dia, levantei-me de manhã cedo para assistir o nascer do sol. A beleza da criação Divina estava além de qualquer descrição. Enquanto eu assistia, louvei a Deus pelo Seu belo trabalho. Sentado lá, senti a presença de Deus comigo. Ele me perguntou: "Você Me ama?" Eu respondi: "É claro, Deus! Você é meu Senhor e Salvador!" Então Ele perguntou: "Se você tivesse alguma dificuldade física, ainda assim Me amaria?" Eu fiquei perplexo. Olhei para meus braços, pernas e para o resto do meu corpo e me perguntei quantas coisas eu não seria capaz de fazer, as coisas que eu dava por certas. E eu respondi: "Seria difícil Senhor, mas eu ainda Te amaria." Então o Senhor disse: "Se você fosse cego, ainda amaria minha criação?" Como eu poderia amar algo sem a possibilidade de vê-lo? Então eu pensei em todas as pessoas cegas no mundo e quantos deles ainda amaram Deus e Sua criação. Então respondi: "É difícil pensar nisto, mas eu ainda Te amaria." O Senhor então perguntou-me: "Se você fosse surdo, ainda ouviria minha palavra?" Como poderia ouvir algo sendo surdo? Então eu entendi. Ouvir a palavra de Deus não é simplesmente usando os ouvidos, mas nossos corações. Eu respondi: "Seria difícil, mas eu ainda ouviria a Tua palavra." O Senhor então perguntou: "Se você fosse mudo, ainda louvaria Meu nome?" Como poderia louvar sem uma voz? Então me ocorreu: Deus quer que cantemos de toda nossa alma e todo nosso coração. Não importa como possa parecer. E louvar a Deus não é sempre com uma canção, mas quando somos oprimidos, nós louvamos a Deus com nossas palavras de gratidão. Então eu respondi: "Embora eu não pudesse fisicamente cantar, eu ainda louvaria teu nome." E O Senhor perguntou: "Você realmente Me ama?" Com coragem e forte convicção, eu respondi seguramente: "Sim, Senhor! Eu te amo, Tu és o único e verdadeiro Deus!" Eu pensei ter respondido bem, mas então Deus perguntou: "ENTÃO POR QUE PECAS?" Eu respondi: "Porque sou apenas um humano. Não sou perfeito." "ENTÃO PORQUE EM TEMPOS DE PAZ VOCÊ VAGUEIA AO LONGE? PORQUE SOMENTE EM TEMPOS DE PROBLEMAS VOCÊ ORA COM FERVOR?" Sem respostas. Somente lágrimas. O Senhor continuou: "Por que cantas somente nas confraternizações e nos retiros? Por que Me buscas somente nas horas de adoração? Por que Me perguntas coisas tão egoístas? Por que me fazes perguntas tão sem fé?" As lágrimas continuavam a rolar em minha face. "Por que você está com vergonha de Mim? Por que você não está espalhando as boas novas? Por que em tempos de opressão, você chora a outros quando eu ofereço Meu ombro pra você chorar nEle? Por que cria desculpas quando lhe dou oportunidades de servir em Meu nome?" Eu tentei responder, mas não havia resposta a ser dada. "Você é abençoado com vida. Eu não lhe fiz para que jogasse este presente fora. Eu lhe abençoei com talentos pra Me servir, mas você continua a se virar. Eu revelei Minha palavra a você, mas você não progride em conhecimento. Eu falei com você, mas seus ouvidos estavam fechados. Eu mostrei Minhas bênçãos, mas seus olhos se voltavam pra outra direção. Eu lhe mandei servos, mas você se sentou ociosamente enquanto eles eram afastados. Eu ouvi suas orações e respondi a todas elas." "VOCÊ VERDADEIRAMENTE ME AMA?" Eu não pude responder. Como eu poderia? Eu estava inacreditavelmente constrangido. Eu não tinha desculpa. O que eu poderia dizer? Quando meu coração chorou e as lágrimas brotaram, eu disse: "Por favor, perdoe-me Senhor. Eu não sou digno de ser Seu filho" O Senhor respondeu: "Esta é Minha Graça, Minha criança" Eu perguntei": "Então por que continuas a me perdoar? Por que me amas tanto?" O Senhor respondeu: "Porque você é Minha criação. Você é Minha criança. Eu nunca te abandonarei. Quando você chorar, Eu terei compaixão e chorarei com você. Quando você estiver alegre, Eu vou rir com você. Quando você estiver desanimado, Eu te encorajarei. Quando você cair, Eu vou te levantar. Quando você estiver cansado, Eu te carregarei. Eu estarei com você até o final dos tempos, e te amarei pra sempre." Eu jamais chorara daquela maneira antes. Como pude ter sido tão frio? Como pude ter magoado Deus como fiz? Eu perguntei a Deus: "Quanto me amas?" Então, O Senhor esticou Seu braço e eu vi Suas mãos com enormes buracos sangrentos. Logo, curvei-me aos pés de Jesus Cristo, meu Salvador, e pela primeira vez eu orei verdadeiramente...
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