AMARGURA: um “espírito” de falsificação da realidade!
Nada falsifica mais a realidade e a comunicação do que a amargura. Quando ela se instala, pela via das machucaduras, das traições, das frustrações, das repetições desagradáveis, ou das muitas acusações recíprocas — nada mais continua a existir objetivamente na visão e na comunicação entre duas pessoas. É assim até mesmo entre pessoas que se amam, mas que se feriram de alguma maneira. Na maioria das vezes alguém feriu alguém, e o ferido se magoa profundamente — dependendo do fato, se magoa até a morte —; e se decide continuar a relação porque vê amor naquele que o magoou (embora lhe tenha sido infiel ou desleal, ou estranho), geralmente não consegue ir adiante sem expor sua dor; a qual, quase sempre, no início vem carregada de acusação, mesmo quando não acusa intencionalmente. Entretanto, como o objeto em questão, é o próprio ouvinte-arrependido, ele acaba por se sentir sempre acusado outra vez. Com o passar do tempo, aquele que feriu a quem ama, também já está ferido e magoado de um outro modo. Ainda que ele (a) saiba que não tem direito de estar. Mas fica assim mesmo. No caso dele tudo começa com a tristeza imensa de ter magoado a quem ama. Depois, a pessoa começa a desejar se sentir diferente de “si mesma” no que tange ao “si mesmo” que provocou a mágoa no outro. Entretanto, como a dor do ofendido e magoado continua naturalmente presente; muitas vezes apesar de já haver perdão (a dor é outra coisa) —; com passar do tempo aquilo que aos ouvidos do ofensor era culpa, começa a soar como acusação sem fim, mesmo quando é apenas a confissão da tristeza pelo que aconteceu. Nesse ponto o ofensor passar a se irritar e a acusar o outro de não parar de acusá-lo e de vê-lo de modo ruim... Então, instala-se no coração do ofensor uma predisposição a ouvir tudo com tom de acusação. Ora, quando se chega a esse ponto da “viagem”, o sentido de objetividade já entrou em estado de falência; e todos os poderes da subjetividade se tornam os senhores do olhar, do sentir; e, pior, do interpretar. Daqui para frente somente uma intervenção da Graça de Deus os ajudará a sair desse Labirinto de Dês-comunicação! Sim, uma intervenção que gere consciência nos implicados e também lhes revele a existência desse Monstro Invisível. E mais: que lhes ilumine e revele que de fato tal “ente” que “penetrou” o processo mental e de comunicação deles, é inexistente; posto que somente “existe” como emoção machucada, a qual falsifica tudo; fazendo com que carinhos sejam sentidos como ofensa; fazendo com que tentativas de comunicar, se tornem discussões inexplicáveis; e também fazendo com que toda expressão que não seja clara e objetivamente comunicada como boa, seja sentida pelo outro como uma incógnita ruim; sempre ruim; e sempre contra aquele que ouve e interpreta — ainda que de fato o outro não tenha intentado nada de mal contra aquele que assim ouviu e sentiu. É aqui que duas pessoas que se amam e não mais conseguem se entender, perguntam-se: o que está acontecendo com a gente? Na realidade, nada está acontecendo, embora tudo pareça acontecer! Afinal, objetivamente, o que tinha de acontecer, já aconteceu. E, supostamente, já está resolvido. Porém, o processo de retro-alimentação relacional (em razão das dores e das machucaduras da alma do ofendido, e em razão da culpa e da vergonha do ofensor), torna-se cada vez mais destrutivo para as emoções dos implicados; e, consequentemente, passa a ser o produtor de boicote na comunicação. O que fazer? A primeira coisa é entender o processo, conforme simplificadamente exposto acima. A segunda é colocá-lo em seu lugar: na memória doída, mas que não tem que existir como acusação nem na boca de quem sente a dor, e nem nos ouvidos de quem a provocou. A terceira é voltarem a crer um no outro, sem interpretações e sem analises. A quarta é darem objetividade e clareza a cada palavra ou declaração, não somente em relação um ao outro, mas também em relação a tudo; até que a objetividade volte a prevalecer sobre a subjetividade das interpretações adoecidas pela mágoa. A quinta é não conversar num mundo paralelo, jamais; mesmo que seja em quase silencio ou em silencio; pois para o outro isso pode significar outra coisa; qualquer coisa. A sexta é coragem de olhar nos olhos do outro, todos os dias, e relembrá-lo de quem ambos são um para o outro. Sim, afirmarem-se mutuamente como pessoas que se amam, apesar de machucadas. A sétima é não deixar nada aberto, sem definição. Ou seja: não deixar o sol se por sobre nenhuma ira ou mágoa não falada. Mas isto apenas no caso de coisas que não possam ser resolvidas sem uma “conferência” entre ambos. A oitava é crer que quem se ama, pode se machucar, mas que o amor tem que ser maior que qualquer dor, quando dois decidiram continuar juntos. A nona é saber que a tendência de um processo desse tipo, é fabricar algo que não é nada, mas que se faz cheio de tudo o que não existe ou não lhe pertence; e, que, portanto, pode se munir de tudo contra ambos; ou um contra o outro. Aqui o diabo e o inferno são os limites; posto que agora, em tal caso, reina a acusação. A décima é se perdoarem todos os dias; e também perdoarem-se por qualquer que seja a recaída no processo de retro-alimentação da amargura, e que tenha voltado a crescer em razão das “interpretações” que se tornam falsas realidades; mas que têm o poder de matar o que é real e verdadeiro. Por isto, não se pode deixar isto crescer jamais. O escritor de Hebreus disse que uma raiz de amargura, entrando em alguém, pode contaminar a muitos, a todo um grupo. Ora, se a amargura tem esse poder em relação a uma “congregação”, quão maior não é o seu poder de contaminação entre duas pessoas? Ou entre um casal? Ou nas entranhas de uma família? Assim, eu oro: Senhor! Dá-nos Tua luz, para que nela sempre vejamos o que é real, sendo assim salvos das miragens do Engano e do Enganador! Senhor! Ajuda-nos a viver o que é real! Senhor! Que o amor sempre vença todas as falsificações! Nele, que é a Verdade,
Nada falsifica mais a realidade e a comunicação do que a amargura. Quando ela se instala, pela via das machucaduras, das traições, das frustrações, das repetições desagradáveis, ou das muitas acusações recíprocas — nada mais continua a existir objetivamente na visão e na comunicação entre duas pessoas. É assim até mesmo entre pessoas que se amam, mas que se feriram de alguma maneira. Na maioria das vezes alguém feriu alguém, e o ferido se magoa profundamente — dependendo do fato, se magoa até a morte —; e se decide continuar a relação porque vê amor naquele que o magoou (embora lhe tenha sido infiel ou desleal, ou estranho), geralmente não consegue ir adiante sem expor sua dor; a qual, quase sempre, no início vem carregada de acusação, mesmo quando não acusa intencionalmente. Entretanto, como o objeto em questão, é o próprio ouvinte-arrependido, ele acaba por se sentir sempre acusado outra vez. Com o passar do tempo, aquele que feriu a quem ama, também já está ferido e magoado de um outro modo. Ainda que ele (a) saiba que não tem direito de estar. Mas fica assim mesmo. No caso dele tudo começa com a tristeza imensa de ter magoado a quem ama. Depois, a pessoa começa a desejar se sentir diferente de “si mesma” no que tange ao “si mesmo” que provocou a mágoa no outro. Entretanto, como a dor do ofendido e magoado continua naturalmente presente; muitas vezes apesar de já haver perdão (a dor é outra coisa) —; com passar do tempo aquilo que aos ouvidos do ofensor era culpa, começa a soar como acusação sem fim, mesmo quando é apenas a confissão da tristeza pelo que aconteceu. Nesse ponto o ofensor passar a se irritar e a acusar o outro de não parar de acusá-lo e de vê-lo de modo ruim... Então, instala-se no coração do ofensor uma predisposição a ouvir tudo com tom de acusação. Ora, quando se chega a esse ponto da “viagem”, o sentido de objetividade já entrou em estado de falência; e todos os poderes da subjetividade se tornam os senhores do olhar, do sentir; e, pior, do interpretar. Daqui para frente somente uma intervenção da Graça de Deus os ajudará a sair desse Labirinto de Dês-comunicação! Sim, uma intervenção que gere consciência nos implicados e também lhes revele a existência desse Monstro Invisível. E mais: que lhes ilumine e revele que de fato tal “ente” que “penetrou” o processo mental e de comunicação deles, é inexistente; posto que somente “existe” como emoção machucada, a qual falsifica tudo; fazendo com que carinhos sejam sentidos como ofensa; fazendo com que tentativas de comunicar, se tornem discussões inexplicáveis; e também fazendo com que toda expressão que não seja clara e objetivamente comunicada como boa, seja sentida pelo outro como uma incógnita ruim; sempre ruim; e sempre contra aquele que ouve e interpreta — ainda que de fato o outro não tenha intentado nada de mal contra aquele que assim ouviu e sentiu. É aqui que duas pessoas que se amam e não mais conseguem se entender, perguntam-se: o que está acontecendo com a gente? Na realidade, nada está acontecendo, embora tudo pareça acontecer! Afinal, objetivamente, o que tinha de acontecer, já aconteceu. E, supostamente, já está resolvido. Porém, o processo de retro-alimentação relacional (em razão das dores e das machucaduras da alma do ofendido, e em razão da culpa e da vergonha do ofensor), torna-se cada vez mais destrutivo para as emoções dos implicados; e, consequentemente, passa a ser o produtor de boicote na comunicação. O que fazer? A primeira coisa é entender o processo, conforme simplificadamente exposto acima. A segunda é colocá-lo em seu lugar: na memória doída, mas que não tem que existir como acusação nem na boca de quem sente a dor, e nem nos ouvidos de quem a provocou. A terceira é voltarem a crer um no outro, sem interpretações e sem analises. A quarta é darem objetividade e clareza a cada palavra ou declaração, não somente em relação um ao outro, mas também em relação a tudo; até que a objetividade volte a prevalecer sobre a subjetividade das interpretações adoecidas pela mágoa. A quinta é não conversar num mundo paralelo, jamais; mesmo que seja em quase silencio ou em silencio; pois para o outro isso pode significar outra coisa; qualquer coisa. A sexta é coragem de olhar nos olhos do outro, todos os dias, e relembrá-lo de quem ambos são um para o outro. Sim, afirmarem-se mutuamente como pessoas que se amam, apesar de machucadas. A sétima é não deixar nada aberto, sem definição. Ou seja: não deixar o sol se por sobre nenhuma ira ou mágoa não falada. Mas isto apenas no caso de coisas que não possam ser resolvidas sem uma “conferência” entre ambos. A oitava é crer que quem se ama, pode se machucar, mas que o amor tem que ser maior que qualquer dor, quando dois decidiram continuar juntos. A nona é saber que a tendência de um processo desse tipo, é fabricar algo que não é nada, mas que se faz cheio de tudo o que não existe ou não lhe pertence; e, que, portanto, pode se munir de tudo contra ambos; ou um contra o outro. Aqui o diabo e o inferno são os limites; posto que agora, em tal caso, reina a acusação. A décima é se perdoarem todos os dias; e também perdoarem-se por qualquer que seja a recaída no processo de retro-alimentação da amargura, e que tenha voltado a crescer em razão das “interpretações” que se tornam falsas realidades; mas que têm o poder de matar o que é real e verdadeiro. Por isto, não se pode deixar isto crescer jamais. O escritor de Hebreus disse que uma raiz de amargura, entrando em alguém, pode contaminar a muitos, a todo um grupo. Ora, se a amargura tem esse poder em relação a uma “congregação”, quão maior não é o seu poder de contaminação entre duas pessoas? Ou entre um casal? Ou nas entranhas de uma família? Assim, eu oro: Senhor! Dá-nos Tua luz, para que nela sempre vejamos o que é real, sendo assim salvos das miragens do Engano e do Enganador! Senhor! Ajuda-nos a viver o que é real! Senhor! Que o amor sempre vença todas as falsificações! Nele, que é a Verdade,
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