
Um dos maiores problemas da “teologia” e, especialmente, de suas sistematizações, vem da antiga noção de tempo. Os teólogos, em geral, pensam em Deus com as categorias de tempo e espaço, e pensam na Graça como uma “evolução histórica”, como se Deus tivesse crescido com os homens. Hoje em dia é um desperdício sem precedentes continuar a “fazer teologia” sem se entender a questão do tempo, até mesmo do ponto de vista da física quântica. Boa parte dos nosso conflitos doutrinários e teológicos — coisas como predestinação e livre arbítrio — soam pequenas depois que você entende o que é o tempo, sua total relatividade e, no sentido Absoluto, até mesmo sua inexistente-existência. O tempo serve à Relatividade, daí ele servir à História. Mas serve pouco à Teologia, que nunca é o que pretende ser caso não exista entre o temporal e o a-temporal. Deus é! A redenção, portanto, aparece na História apenas porque ela preexiste à própria História. O Cordeiro, afinal, foi imolado no Antes de qualquer História e de qualquer Tempo! Passado, presente e futuro só existem como impressões para seres presos ao tempo e à finitude do ser — nisso inclui-se toda a criação, pois viver eternamente não é ser eterno —, daí os discursos inócuos e simplistas dos teólogos da predestinação pecarem contra o ser de Deus na tentativa de explicar aquilo que só se intui pela fé, visto não estar disponível à compreensão se a referência for a linearidade histórica do tempo. Portanto, se Deus é, tudo está sendo, mesmo o que já foi e o que ainda será aos nossos sentidos limitados!.....
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