Seguidores

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A profecia como fenômeno

O que me faz crer [como muitas vezes já disse aqui no site] que a profecia bíblica viaja na espiral do tempo, sempre crescendo em seus círculos concêntricos, assim fazendo com que ela, a profecia, se atualize de modo também sempre maior — tem a ver com o fato de que percebo que todos os profetas falaram ao seu tempo em tudo o que disseram, ao mesmo tempo em que deixaram muitas coisas em predições “exageradas” para além dos seus dias.

Ora, isto porque a Palavra sempre tem seu aplicativo imediato e contextualizado, do qual o profeta recebe pelo Espírito sua provocação para profetizar.

Desse modo, o profeta falava de imediato ao coração do povo — mesmo que fosse para ser rejeitado — com pertinência histórica, embora algumas coisas que dissesse parecessem aos que as ouviram como algo para além da compreensão, em razão do “exagero utópico” que se afirmava como ameaça ou restauração.

O fato de a Palavra profética me alcançar hoje [além da iluminação do Espírito] tem a ver com o modo como a história se desenvolve no tempo e no espaço, viajando sempre como um “tornado deitado”, o qual cresce na horizontal, fazendo com que o hoje do profeta seja a parte mais fina da projeção profeta na ilustração do tornado, e, o meu hoje sendo até agora a parte mais larga do tornado, a extremidade histórica da projeção até agora, o Presente; porém, ainda com mais “exageros” a serem cumpridos adiante de mim.

Desse modo a profecia acontece sempre entre a denuncia da catástrofe presente, ou do convite ao arrependimento, e, também [muito “exageradamente” para os que a ouviram no passado], como algo “utópico”.

É assim porque a profecia traz uma palavra de esperança para o Hoje do ouvinte ou leitor dela, ao mesmo tempo em que se projeta para além do possível; e isto até mesmo no que diz respeito à sua viabilidade histórica [em qualquer seja o tempo histórico antes do fim].

Isto porque muitas vezes a profecia anuncia algo como [ilustrativamente] “a terra será vista em sua redondeza” em um mundo que ainda a concebe quadrada, plana ou com qualquer outra fisionomia.

Desse modo cresce a palavra da profecia a cada geração, desde a primeira geração que a ouviu até a última que a ouvirá.

E todas as gerações encontrarão nela a sua pertinência, sobretudo porque cada outro momento histórico terá sua própria identificação com a palavra profética nos pontos de contato que a maquete daquela realidade tiver suas intercessões com a palavra profética.

O profeta Daniel ilustra bem o que estou dizendo. Sim! Pois a ele é dito mais de uma vez que aquilo que ele via na visão profética ainda não era em sua totalidade para os seus dias.

Ao profeta é dito que algumas coisas têm até prazo para acontecer, como o tempo do cativeiro de Judá na Babilônia. No entanto, outras coisas estão adiante, numa clara sucessão de acontecimentos históricos que em si demandam que gerações se passem; e isto em meio a acontecimentos narrados simbólica e profeticamente, e cujo cumprimento ainda se daria “nos últimos tempos”.

Além disso, há ainda o que a Daniel é dito no final do livro, quando ele fica sabendo que havia coisas que estariam “seladas” em sua compreensão “até os últimos dias”.

E mais: que somente os acontecimentos históricos iriam iluminar o que na profecia estava declarado; e isto enquanto [durante tempos e tempos] muitos “estudariam o livro” sem compreendê-lo.

Sim! Porque que certas coisas da profecia são de grandeza tão impensável que somente os que “começarem a ver tais coisas acontecerem” é que poderão entendê-las.

Ora, sendo assim, quanto mais, por exemplo, o Apocalipse vai ficando menos simbólico e mais parecido como uma crônica de composição alegórica dos elementos de natureza ecológica, econômica, política, tecnológica e espiritual — mais seu cumprimento se aproxima.

Digo isto porque tanto em Daniel quanto em Jesus o principio é o mesmo: “o livro estará selado até o tempo do fim”, porém, “quando virdes estas coisas acontecerem, sabei que o tempo está próximo”.

Cada geração tem seu próprio Apocalipse; pois, apocalipse é revelação da relação de Deus com a História humana na progressão dos acontecimentos; de modo que em João tivemos a maquete do tornado histórico que tinha seu epicentro em Roma, que era naqueles dias o trono da Besta; enquanto cresceu geração após geração em seu significado, até os nossos dias, quando, cada vez mais, o livro vai sendo dês-selado pelos acontecimentos históricos; e isto com cada vez menos “exageros” em relação ao que vemos a História desenrolar diante de nós.

Assim, quanto menos exagero existir entre a realidade histórica e profecia, mais próximos do fim de todas as coisas nós estaremos!

O último elemento da profecia, portanto, só estará completamente ao alcance da última geração, embora, como tudo cresce também em velocidade nos acontecimentos e em sua comunicação global, os que estão vivos hoje já possam ter variáveis cada vez mais claras acerca das possíveis projeções de cenários.

Assim, é pela Profecia que leio a História, enquanto a própria História me ajuda a discernir a Profecia.

Sim! É como um tornado que cresce na horizontal da História, até que se chegue ao Dia Pleno da Revelação.

Ora, Vem Senhor Jesus!

Nenhum comentário: