O salmo 59 é uma grande incógnita para o nosso coração. Ele foi escrito por Davi, quando os soldados de Saul sitiaram sua casa para matá-lo. Numa situação de extrema adversidade e perigo, o salmista escreve o texto que lemos acima. Precisamos aprender com ele a louvar a Deus neste contexto, porque não estamos isentos de passar por situação similar. Se hoje, no seu coração, há uma angústia por se sentir como ele, aprenda a agir de forma correta.
Davi podia louvar em meio à extrema adversidade, porque conhecia a Deus e tinha convicção de que ele era seu "alto refúgio". Pense no contexto dele, no qual a proteção dos muros da cidade guardava-o de ser atingido pelos inimigos. Ele entendia que Deus era seu refúgio mais do que os muros da cidade. Aliás, era um "alto" refúgio, dando a ideia de algo intransponível para os inimigos, como ele expressa no verso primeiro: "Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; põe-me acima do alcance dos meus adversários”. Estando na presença do Altissimo, ele sabia que podia acordar e cantar louvores, mesmo sabendo que os inimigos estavam à porta da cidade. Você precisa imitar o salmista: em meio às suas tribulações, coloque sua confiança no Senhor e louve-o de coração. Não espere o livramento acontecer para louvar; pela fé, entenda que seu salvador agirá e desde já o louve por isto.
Davi tinha outra razão pela qual louvava a Deus no meio das tribulações: saber que elas não foram provocadas pelos seus próprios erros ("Sem culpa minha, eles se apressam e investem" - v. 4). Não que ele fosse um homem perfeito, mesmo porque a Bíblia nunca ocultou seus erros. Sabemos que Davi cometeu pecados terríveis. Mas, naquele momento, as tribulações eram "gratuitas", no sentido de que não foram provocadas pelas suas mãos. Quando passamos por dificuldades assim, nosso coração tem a tendência de se rebelar contra Deus, que permite as tribulações mesmo quando somos inocentes. Mas aprenda com Davi, neste caso, a esperar no Senhor. Ao invés de ficar se remoendo de tristeza e autocomiseração, ele declara sua fé e confiança na ação do Senhor: "Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é meu alto refúgio. Meu Deus virá ao meu encontro com a sua benignidade" (v. 9,10).
Finalmente, aprenda que mesmo que você ande corretamente diante de Deus, ainda assim estará sujeito à angústia de alma. O inimigo haverá de levantar pessoas para armar ciladas (v. 3) e proferir abominações e mentiras contra você (v. 12). Mas fique firme na sua convicção acerca do cuidado e do amor de seu Senhor, que, segundo Davi, é "proteção no dia da minha angustia (v. 16). Por isso, não comece o dia taciturno e amargurado. Inicie seu dia louvando ao Senhor, exaltando a sua força e a sua misericórdia.